As unidades de Pronto Atendimento Norte e Sul, em Florianópolis, registraram aumento nos casos de diarreia nas primeiras semanas de 2019. De acordo com a Gerência de Vigilância Epidemiológica do município, os números estão 50% maiores do que o esperado para esta época. As doenças diarreicas tem características sazonais e costumam ser mais frequentes no calor.

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Os dias mais quentes de janeiro foram justamente os que mais registraram entradas de pacientes com diarreia.

– Nós identificamos que o aumento de casos está relacionado com os picos de temperatura. Os microrganismos se proliferam mais rápido e também há mais dificuldade na conservação de alimentos nos dias mais quentes. Também percebemos muitas pessoas utilizando gelo feito com água inadequada, inclusive em comércios – diz a gerente da Vigilância Epidemiológica, Ana Cristina Vidor.

Nas três primeiras semanas do ano, foram 2.225 casos identificados nas UPAs Norte e Sul. A primeira semana, com 682 ocorrências, teve 4,5 vezes mais casos do que os últimos sete dias de 2018. Na segunda semana de 2019 foram 796 casos, e na terceira 747.

Para comparação, o número dessas três semanas na Capital é maior que o total das últimas 14 semanas de 2018 (2.143 casos). No início de 2018, a média semanal foi de 250 ocorrências.

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Causas

A Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (DIVE/SC) explica que as doenças são causadas por vírus (Rotavírus e Norovírus), bactérias (Escherichia coli, Salmonella e Shigella) ou parasitas (Cryptosporidium, Cyclospora e Giárdia). A forma de transmissão está relacionada ao preparo e acondicionamento incorreto de alimentos, ao consumo de bebidas (água, sucos, gelo) de procedência duvidosa e à ausência de cuidados com a higiene pessoal (lavagem das mãos).

A principal manifestação da doença é o aumento do número de evacuações, com fezes aquosas ou de pouca consistência. Às vezes há presença de muco e sangue nas fezes. Podem ocorrer também náusea, vômito, febre e dor abdominal.

Recomendações

Em Florianópolis, a Diretoria de Vigilância, ligada à Secretaria Municipal de Saúde, está investigando causas epidemiológicas para o surto atual além da onda de forte calor. De qualquer maneira, o órgão já adianta recomendações à população para evitar contaminação. Confira:

– Lavar as mãos com água e sabão ou solução antisséptica frequentemente, principalmente antes de ingerir alimentos e após utilizar sanitários ou transporte publico, visitar mercados ou locais com grande fluxo de pessoas.

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– Beber água tratada acondicionada em embalagens lacradas ou de fonte segura. Se isso não for possível, tratar a água disponível com Hipoclorito de Sódio a 2,5%, colocando 2 gotas em 1 litro de água e aguardando 30 minutos antes de consumir. Evitar adicionar gelo de procedência desconhecida às bebidas.

– Avaliar se os alimentos foram bem cozidos, fritos ou assados. Os alimentos perecíveis devem ser mantidos em baixa temperatura (abaixo de 5° C) ou bem aquecidos (acima 60 °C); evitar o consumo de frutos do mar crus; evitar consumir leite e seus derivados crus.

– Evitar o consumo de preparações culinárias que contenham ovos crus.

– Evitar frutas e verduras descascadas ou com a casca danificada: a casca protege esses alimentos de contaminação.

– Evitar o consumo de alimentos vendidos por ambulantes não credenciados.

– Alimentos embalados devem conter no rótulo a identificação do produtor e data de validade, e a embalagem deve estar íntegra.

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– Não se banhar ou frequentar a areia em praias consideradas impróprias para o banho. Para maiores informações é possível conferir o relatório semanal do IMA.

– Não se banhar ou frequentar a areia em regiões próximas a saídas de rios ou córregos.

– Evitar a ingestão de água do mar, com redobrada atenção com as crianças e idosos, que são mais sensíveis e menos imunes do que os adultos.

– Não levar animais à praia.