Um projeto de lei que tramita na Câmara de Vereadores de Florianópolis pode resultar em uma importante medida de segurança para coibir ataques contra caixas eletrônicos com uso de maçarico ou explosivos. O texto, de autoria do vereador Asael Pereira (PSB), prevê a instalação de detectores de calor e fumaça em todos os equipamentos da cidade – tanto para os que ficam em agências quanto os de pontos comerciais, como postos de gasolina e lojas de conveniências.

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A preocupação com a segurança de caixas eletrônicos em Florianópolis ocorre em razão do crescente número de ataques ocorridos no Estado. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), em todo o ano de 2011 foram 130 casos nos quais ladrões usaram explosivos (31 ataques) ou maçaricos (99 ataques). Em 2012, até 11 de junho, já havia sido registrado quase o mesmo número de ocorrências de todo o ano passado: 110 ataques, sendo 81 com maçarico e 29 com explosivos.

Para o vereador, os usuários estão em constante risco de serem atingidos por explosões. Na avaliação dele, não basta apenas as salas onde estão os caixas eletrônicos terem os mecanismos de segurança. A ideia do projeto de lei é que cada máquina tenha um dispositivo individual.

– Seria um sensor para cada caixa. Esses ataques estão ocorrendo até durante o dia, e temos de fazer algo pra combater – diz Asael.

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Instalação ficará por conta das instituições

O texto diz que a responsabilidade pela instalação dos dispositivos será dos bancos, que terão de três a quatro meses para se adequarem, caso a medida seja aprovada. Consultada, a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) disse que não fala sobre sobre projetos de lei.

A proposta não especifica tecnicamente o mecanismo a ser usado. Mas uma empresa montou, a pedido do gabinete do vereador, um modelo que sairia por R$ 882,40.

– É melhor isso do que arcar com os prejuízos de uma máquina destruída. Nos caixas que estão fora das agências, nem todos contratos entre os comerciantes com os bancos são os mesmos. Tem casos em que só o comerciante arca com o prejuízo.

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Entenda quanto custaria o dispositivo

A tramitação

O projeto de lei já passou pela Comissão de Constituição e Justiça e será encaminhado ainda para Comissão de Orçamento, onde deve também deve passar sem problemas, já que não há previsão de gastos para o município. A previsão é de que a proposta vá a plenário ainda este mês. Para ser aprovado, o projeto precisa dos votos de nove dos 16 vereadores em dois turnos de votação.

Polícia Militar e especialista veem iniciativa com bons olhos

Na avaliação do comandante-geral da Polícia Militar, coronel Nazareno Marcineiro, qualquer medida que limite o acesso dos criminosos aos caixas é bem-vinda, pois cria obstáculos e impõe ao ladrão a necessidade de se expor a um risco maior, o que pode fazê-lo desistir.

– Na questão da segurança, essa medida é vista com bons olhos. A pessoa que pretende cometer um crime quase sempre avalia a relação custo-benefício – avalia Marcineiro.

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O coronel da reserva do Exército Eugênio Moretzsohn, especialista em segurança, entende que o dispositivo pode ter resultados positivos. No entanto, faz uma ressalva: como o mecanismo seria mais eficiente para coibir arrombamentos com maçaricos, poderia provocar aumento no número de ataques com explosivos.

– Sou mais favorável à criação de um mecanismo interno ao caixa, com garras de metal que picotassem as notas se elas fossem extraídas por qualquer processo que não sejam os autorizados.

Segundo Moretzsohn, também são muito úteis as câmaras de vigilância nas áreas externas e internas, para que, devidamente monitoradas de uma central, mantida e operada pelos bancos, pudessem ser integradas aos sistemas de alerta da polícia.

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– As câmeras aumentam a sensação de segurança dos usuários.

Confira a evolução dos ataques

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