Florianópolis participa de dia em defesa dos manguezais

Pela primeira vez, Florianópolis participará das manifestações pelo Dia Internacional em Defesa dos Manguezais, celebrado neste sábado em todo mundo. A capital catarinense tem uma das maiores áreas de mangue urbano do país, e para celebrar a data, ONGs e entidades civis farão um mutirão de limpeza, a partir das 8h, partindo da Beira-Mar Norte e indo até o manguezal do Bairro Itacorubi.

O evento é organizado pelo Instituto Mangue Vivo, que trabalha na preservação desse ecossistema. O diretor executivo da entidade, Paulo Douglas Teles Pereira, conta que Santa Catarina tem 12% dos manguezais do Brasil.

O do Itacorubi é o mais próximo das regiões habitadas. A área possui 150 mil metros quadrados, menos de 60% da sua área original. No entanto, Pereira diz que a situação é ruim em todo Estado, onde falta preservação dos manguezais.

O diretor ressalta que o maior problema, além dos aterros, é o esgoto doméstico despejado nessas áreas. Ele explica que a sujeira retira o oxigênio das plantas, que não conseguem mais fazer a filtração da água, e morrem.

Mangues também não são monitorados

A chefe da Estação Carijós, uma das 13 unidades de conservação do Estado, Edinéia Caldas Correia, explica que a unidade realiza constantes ações de fiscalização nos mangues do Norte da Ilha, principalmente no de Ratones, onde está inserida, mas que os trabalhos estavam comprometidos por mudanças no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama ).

As unidades, antes sob responsabilidade do Ibama, passaram aos cuidados de outro instituto, criado pelo Ministério do Meio Ambiente, o Chico Mendes. Além disso, ela justifica que a falta de pessoal também prejudica as atividades.

Edinéia esclarece que não existe unidade responsável pelo manguezal do Itacorubi.

O superintendente substituto do Ibama de Santa Catarina, Kléber Souza, esclarece que o instituto realiza fiscalizações. Porém, Souza observa que o número de profissionais é bastante reduzido. São 30 fiscais efetivos e seis peritos ambientais para todas as áreas de preservação federal em Santa Catarina, inclusive os manguezais.

– Não estamos nem perto do ideal.