Apesar de ainda não haver nenhum caso de dengue confirmado em Florianópolis, a prefeitura resolveu fazer um mutirão de combate aos focos do mosquito Aedes Aegypti, transmissor da doença. Isso porque o excesso de calor no verão 2013/2014 antecipou e melhorou as condições para a reprodução do mosquito. A ação visa conscientizar a população e eliminar locais que possam servir como pontos de proliferação do inseto.
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A preocupação vem justamente do número de focos encontrados – 34 ao todo, sendo que 33 estão no Continente. O número já representa 81% do total de pontos mapeados no ano passado inteiro. Os focos deste ano estão em locais movimentados, como a Avenida Ivo Silveira (4 focos), a Rua Joaquim Nabuco (3 pontos) e a lateral da Biblioteca Pública, onde aconteceu a apresentação do mutirão. Segundo o diretor do Centro de Controle de Zoonoses, Fábio Indá, o principal problema está nos ferros-velhos, borracharias e locais de acumulação de lixo.
– Normalmente o pico de focos do Aedes acontece em abril, mas por causa do verão mais quente, já em março temos um número alto – explica Fábio.
Apenas um dos focos fica na Ilha – próximo ao Terminal Rita Maria -, por isso a Secretaria do Continente está encabeçando um mutirão que vai fazer a limpeza de terrenos baldios e locais de acumulação de lixo. Agentes de saúde passarão de casa em casa orientando as famílias a terem cuidados básicos para evitar a proliferação do mosquito.
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– Muitas pessoas simplesmente não tratam o lixo corretamente, deixam espalhados no meio da rua ou jogam em qualquer lugar. Não importa a classe social – diz afirma o secretário do continente, João Batista Nunes.
Serão visitados todos os lugares em um raio de 300 metros dos focos já mapeados. Segundo Fábio, o levantamento é feito com base em mais de 1000 armadilhas espalhadas na cidade que são visitadas uma vez por semana para ver se há ovos de Aedes.
Ao todo 11 pessoas têm suspeita de dengue em Florianópolis, mas em todos os casos, a possível contaminação aconteceu fora da cidade. Fábio explica que isso é um indicativo que o vírus da doença ainda não circula na Capital.
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Mutirão vai até junho
A gerente em saúde do Continente, Monique Menezes explica que o cronograma de ações está organizado de acordo com o número de focos. Porém o primeiro bairro será o Monte Cristo (segundo em número de casos) – considerado local estratégico – que recebe o mutirão do dia 27 até 29 de março. Nos primeiros e segundo dias serão feitas fiscalizações e limpeza; no terceiro, será feita uma campanha para a conscientização da população.
– Não adianta só intervir se não puder prevenir para ano que vem – explica Monique.
Depois de 15 dias o mutirão passa novamente pelo bairro para avaliar se os moradores estão tomando os devidos cuidados e se não há novos focos.
Uma atenção especial será dada aos ferros-velhos, borracharias e transportadores de carga, que são regulamentadas por uma lei estadual que exige uma cobertura para evitar o acúmulo de água. Segundo a Vigilância Sanitária municipal, 15 estabelecimentos do gênero foram notificados no início do ano. Durante o mutirão será feita uma nova fiscalização que poderá interditar locais que não se adequaram.
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Números da dengue na Capital
:: 10 casos suspeitos
:: 1 caso em análise
:: Nenhum caso confirmado
*Todas as supostas contaminações aconteceram fora de Florianópolis
Focos de Aedes
:: 15 Capoeiras
:: 9 Monte Cristo
:: 5 Coloninha
:: 2 Canto
:: 1 Abraão
:: 1 Estreito
:: 1 Centro
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