Pessoas em situação de rua que sejam acolhidas na Passarela da Cidadania, o abrigo localizado no complexo Nego Quirido, em Florianópolis, poderão agora ter acesso a uma biblioteca. O local de acolhida já tinha alguns livros à disposição, mas ganhou novos exemplares a partir de doações e uma curadoria especializada do acervo nos últimos três meses, até ser aberto o espaço dedicado à leitura nesta quinta-feira (14). 

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São cerca de mil livros à disposição na recém-inugurada Biblioteca Cidadã. Eles estão todos agora separados por assuntos e gêneros literários, em acordo com padrões internacionais de biblioteconomia. Há obras de ficção e de poesia em um setor, por exemplo, e materiais didáticos e de variedades alocados em outro.

— Tínhamos estantes de madeira e alguns livros. Aí começamos a arrecadar outras obras através de doações, recebemos estantes de aço via Biblioteca Pública de Santa Catarina e materiais de papelaria cedidos pela Udesc. Foi uma mobilização para criar um acervo para cá, mais direcionado, além de melhorar a estrutura — disse a bibliotecára Daniela Spudeit, que coordenou os trabalhos de maneira voluntária via Fundação Somar.

— Enquanto estava tudo muito misturado, eles deixavam até mesmo de saber que existiam certas obras — afirmou ela, que também é professora do curso de biblioteconomia da Udesc, conforme divulgou a prefeitura de Florianópolis.

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Ela diz que a nova disposição vai facilitar o acesso aos livros, percepção com a qual concorda a pedagoga Silvana Espírito Santo, educadora social do serviço.

— Ofertar esse espaço, com uma boa curadoria, permite que os acolhidos que estudam, por exemplo, e estão imersos em aprendizados baseados em metodologias de pesquisa tenham o espaço como local de apoio — disse.

O acervo e a organização da biblioteca atendem aos interesses dos próprios frequentadores do abrigo, mapeados por Spudeit ao longo do ano passado, quando ela realizou pesquisa no local por conta de seu doutorado.

— Desde a minha pesquisa, sabemos que há um interesse dos acolhidos pela leitura em geral, mesmo com a rotatividade característica do serviço. É uma forma que encontram de deixar a realidade deles e acessar mundos de fantasia, de imaginação.

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A abertura oficial da biblioteca contou, inclusive, com o simbólico corte de uma faixa de inauguração. Ele foi feito por Lenir Oliveira, de 48 anos, acolhida pelo serviço e convidada para ato. Ela elogiou a iniciativa de promover a leitura.

— Ler um livro é buscar sabedoria, uma coisa que vai fazer muito bem para nós acolhidos, para usarmos parte de nosso tempo com algo tão bom. São muitas opções de livros, com temáticas variadas e que me interessam bastante — disse.

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