Uma embarcação típica do litoral catarinense ganhou data comemorativa em Florianópolis. Agora, em todo 18 de dezembro, será celebrado o Dia Municipal da Baleeira na Capital, por determinação de projeto sancionado na última quinta-feira (28).

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Tradicionalmente usada para a pesca, a baleeira é fácil de ser reconhecida na paisagem da Ilha, com aspectos bem característicos. A embarcação é feita de madeira e tem táboas que se sobrepõem, como se fossem escamas, em um formato arredondado, o que torna ela ágil e fácil de manobrar. É rústica, valente e bela, segundo os pescadores.

A proposta de lei para celebrar o barco partiu do projeto Baleeiras da Ilha. Membro do grupo, o técnico em construção naval Luciano Luiz Dias diz que foi uma forma de reconhecer o valor cultural da embarcação, que já deixou de ter novos exemplares.

Isso ocorre porque as madeiras tipicamente usadas para isso tiveram exploração vetada, por serem de espécies de árvores agora ameaçadas de extinção. Em 2015, restavam 100 baleeiras em Florianópolis, segundo um levantamento feito pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). No estado, eram 280.

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— As madeiras usadas na construção das baleeiras são a peroba, canela, cedro e a araucária. A araucária, pinheiro que dá o pinhão, foi uma das primeiras a deixar se ser usada, por ser protegida ambientalmente por leis nacionais — afirmou Dias ao g1 SC.

Além disso, o método para a construção do barco permanece hoje apenas na memória de mestres baleeiros. Um deles, inclusive, inspirou a data para celebrar a baleeira.

Trata-se de Alécio Heidenreich, tradicional construtor de baleeiras do Ribeirão da Ilha, no Sul da Capital, que nasceu no agora Dia Municipal da Baleeira. Construtor de cerca de 80 exemplares da embarcação, ele faleceu no último dia 18 de março, aos 93 anos.

Antes de receber sanção pelo prefeito Topázio Neto (PSD), o projeto de lei para homenagear a embarcação foi protocolado pelo vereador Afrânio Boppré (PSOL) e teve aprovação do Legislativo em Florianópolis.  

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