A zeladora Cleuza Anschau, de 42 anos, é uma das tantas moradoras de Florianópolis que ficaria mais tranquila se, na entrada e saída da escola da sua filha, Maria Carolina Oliveira, de 8 anos, houvesse ronda policial ou a presença de guardas. A expectativa é que o cenário comece a melhorar — apesar de ainda estar longe do ideal. Nesta terça-feira, a Guarda Municipal formou e ganhou 25 novos patrulheiros, que juntos aos demais, somarão 170 guardas municipais em Florianópolis.
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— A presença de um guarda é sempre importante. A gente sabe que tem gente que vende droga perto das escolas. Assim, ajuda a inibir brigas e até melhora o trânsito. Pessoal respeita mais quando tem um guarda perto — avalia Cleuza, mãe da aluna da escola Osmar Cunha, de Canasvieiras.
A diretora do colégio municipal, Roseli Brusque Zmorzynski, concorda e complementa que a presença da Guarda nas escolas não só evita incidentes, mas ajuda na prevenção de problemas. A frequência das visitas, para ela, poderia ser apenas um pouco maior.
— A gente sente um clima no ar, ficamos sabendo que alguns alunos estão falando de algum tipo de briga. Quando os guardas aparecem, até peço para circularem dentro do pátio. Ajuda muito — observa a diretora.
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Segundo o diretor da Guarda Municipal, Alex Silveira, os novos 25 agentes estão prontos para realizar rondas escolares e ações de prevenção, como as blitz da lei seca. Eles atuarão conforme a demanda e não serão divididos por bairros específicos. Trabalharão ainda com rondas ostensivas — focando a presença nos bairros — e na segurança ao patrimônio público.
— Queremos, com os novos 25 agentes, aumentar a rondas escolares, o trânsito. A demanda é grande. Mas temos como objetivo fortalecer a presença nos bairros e no continente — afirma o diretor.
Os novos guardas, que estavam bastante emocionados durante a formatura, realizaram 700 horas-aula na Academia da Polícia Civil (Acadepol) e mais 80 horas de estágio nas ruas. Destes 25, nove são mulheres, e as idades variam de 26 a 45 anos. Em Floripa, a guarda é armada. O salário inicial é de R$ 1.370 — com acréscimo de 50% como adicional de risco — para uma jornada de 40 horas semanais.
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Número longe do ideal
O número ideal, avalia o secretário de Segurança e Gestão de Trânsito, José Paulo Rubim Rodrigues, deveria ser de 500 guardas municipais na cidade. A ideia era chamar 100 guardas por ano, conforme estava previsto em lei, mas entraves no orçamento não permitiram.
Os 25 novos agentes foram chamados após o concurso público de outubro de 2015. Este foi apenas o segundo concurso realizado desde o ano de 2003, quando a Guarda Municipal foi criada. Outros 75 que passaram na prova aguardam ser chamados para o curso de preparação, e enfim, ao trabalho.
— Tivemos dificuldades (financeiras) e por conta do ano eleitoral não vamos conseguir chamar estes 75 neste anos. A ideia é que eles sejam chamados – o que esperamos, ao menos – no início do ano que vem — explica o secretário.
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