A Ilha de Santa Catarina ficará sem radares no verão. Isso porque a Prefeitura de Florianópolis não vai renovar o contrato com a Kopp Tecnologia que vence dia 19 de dezembro. A abertura de uma nova licitação ainda está em análise pela prefeitura. Ou seja, Florianópolis não terá controladores de velocidade no trânsito na temporada.
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A medida é uma consequência de supostas irregularidades – que vieram à tona com a Operação Ave de Rapina quarta-feira passada – na contratação da empresa pela prefeitura. Na ação policial, foram cumpridos 38 mandados de busca e apreensão e 14 foram presos, sendo que uma pessoa ainda está foragida.
Segundo a polícia, a Kopp é suspeita de participar de um rodízio com outras empresas para vencer licitações no Estado. Os proprietários chegaram a ser presos semana passada no Rio Grande do Sul.
Nesta segunda-feira, foram escolhidos os vereadores que fazem parte da chamada CPI dos Radares. São eles: Deglaber Goulart (PMDB),Vanderlei Farias “Lela” (PDT), Pedro de Assis Silvestre, o Pedrão (PP), Ricardo Camargo Vieira (PCdoB) e Edmilson Pereira (PSB) – que propôs a CPI.
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Cidade registrou 61 mil infrações em 2013
Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura, no período entre junho a dezembro de 2013, os radares registraram 61 mil infrações – apenas 12.426 foram pagas pelos contribuintes.
O valor recebido pela prefeitura no período foi de R$ 991 mil. Semana passada, o Executivo decidiu suspender os pagamentos aos fornecedores dos contratos envolvidos na investigação.
A Kopp é responsável pela fiscalização de 30 milhões de veículos, que geram em média 8 mil infrações por mês.
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Segundo o procurador de Florianópolis, Alessandro Abreu, a determinação de rompimento do contrato é do prefeito Cesar Souza Junior. A partir disso, a cidade fica sem os 69 radares em 116 faixas. Mesmo que a empresa venha a recorrer na Justiça, o prefeito considera essa uma decisão irreversível.
Prefeito não quer renovar contrato com a Kopp
O chefe do Executivo está disposto a enfrentar um processo judicial para que a empresa não opere mais os equipamentos nos próximos anos em Florianópolis.
– A decisão foi tomada pelo prefeito em virtude das informações que colhemos da investigação, da prisão dos proprietários e das pessoas que estavam envolvidas na época – explicou o procurador do município.
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O contrato com a empresa Kopp Tecnologia foi firmado em 2012 e os equipamentos passaram a operar em 2013 na cidade. Na semana passada, com a divulgação das irregularidades apuradas pela operação, três servidores foram exonerados e 23 processos da prefeitura estão sendo analisados em busca de possíveis fraudes.
A Eliseu Kopp e Cia LTDA, por meio de nota, informou que a empresa não foi notificada formalmente da decisão e apenas se manifestará, após receber a notificação formal.
Tire suas dúvidas
Quanto a prefeitura paga a empresa Kopp pelos serviços prestados?
O pagamento médio mensal é de R$ 180 mil mensal para a prefeitura. (O valor de R$ 80 mil divulgado nas edições anteriores foi repassado equivocadamente pela assessoria de comunicação da Prefeitura de Florianópolis).
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Quantas multas são efetuadas em média por mês?
São monitorados 30 milhões de veículos por mês. Destes, 8 mil são autuados, o que representa uma média de 0,026%.
Quantos equipamentos estão em funcionamento e quais são os pontos?
No total 69 equipamentos estão instalados em 13 pontos da cidade monitorando 116 faixas , sendo a maior parte na Avenida Beira-Mar Norte.
Para onde vai o valor arrecadado com as multas?
Os recursos são aplicados conforme o que diz o artigo 320 Código Trânsito Brasileiro:
? 70% Convênio de trânsito com o IPUF
? 10% Detran
? 10% Polícia Militar
? 10% Secretaria Municipal de Segurança
Desde quando e até que data o contrato estaria vigente?
O contrato foi assinado em 13 de janeiro de 2012, porém a discussão judicial ocorreu até 13 de dezembro daquele ano. Em 18 de fevereiro de 2013 foi dada a ordem de serviço para a empresa, mas apenas em 4 de junho os aparelhos começaram a funcionar.
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Segundo a prefeitura, o contrato teria validade de 48 meses a partir da data de assinatura. No período entre junho a dezembro de 2013, foram geradas 61 mil infrações das quais, apenas 12.426 foram pagas pelos contribuintes. O valor recebido pela prefeitura foi de R$ 991 mil.
Caso a prefeitura não renove o contrato, o que acontece com os equipamentos?
A prefeitura contratou a prestação do serviço com os equipamentos e a instalação dos software, que devem ser retirados posteriormente.
Até quando os radares estarão multando?
Até o dia 19 de dezembro.
Como fica a situação depois?
De acordo com o procurador Alessandro Abreu, a Prefeitura deve se reunir com integrantes do Ipuf, Guarda Municipal, Polícia Militar para definir qual o melhor caminho. Questões como a abertura de uma nova licitação ou não ainda serão avaliadas.
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Radares na Avenida Beira-Mar Norte, na Capital. Foto: Léo Cardoso / Agência RBs