Florianópolis é a capital brasileira que mais consome frutas e hortaliças: 44,7% dos adultos acima de 18 anos comem os alimentos em cinco ou mais dias da semana, de acordo com a pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), divulgada nesta quinta-feira (25) pelo Ministério da Saúde. Os dados são referentes ao ano de 2018.
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A nível nacional, os homens florianopolitanos são aqueles que mantêm uma alimentação mais saudável: 39% deles confirmou ingerir frutas e hortaliças em cinco ou mais dias da semana.No mesmo quesito, as mulheres da Capital apresentam um percentual mais elevado de consumo: 50%. Porém, conquistam apenas o terceiro lugar a nível nacional, perdendo para Palmas e Curitiba, ambas com 51%.
A médica endocrinologista, Isis Toledo,que atua na área de saúde e longevidade, ressalta que as mulheres de modo geral ainda tem uma condição de vida mais saudável. Além disso, comenta que quanto maior o poder aquisitivo e o nível de escolaridade maior é a busca para vida mais equilibrada.
Com atendimentos em São Paulo, Brasília e Florianópolis, Isis relata que na prática clínica há uma diferença muito marcante do perfil dos pacientes de cada município. Noto que em São Paulo as pessoas estão muito focadas em resultado de curto prazo. Além disso, a questão do tabaco é mais expressiva nos paulistas. Já as pessoas de Floripa são mais ativas e buscam outro estilo de vida, como slow food e alimentação e orgânica.
— Um erro comum é associar os resultados apenas ao fator do litoral, mas isso não é uma verdade, você vê locais como Belo Horizonte, Curitiba e Palmas, que também se destacaram na pesquisa e não tem praia. São fatores predominantes para hábitos saudáveis o nível socioeconômico e educacional. É a educação que leva a saúde. — destaca Toledo
Os números começam a cair quando a análise tenta atender os critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS) que recomenda a ingestão diária de pelo menos 400 gramas de frutas e hortaliças, o que equivale, aproximadamente, ao consumo diário de cinco porções desses alimentos. A capital catarinense segue na liderança, 30,2% dos entrevistados atenderam ao requisito. Ao analisar apenas os homens esse valor passa a 26%, também o mais alto do Brasil, já as mulheres têm índice de 34%, quarto no ranking nacional. Os três primeiros lugares são de Vitória, Belo Horizonte e Palmas, ambas com 35%.
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Na pesquisa foram consideradas a quantidade de porções de frutas e hortaliças consumida habitualmente pelos indivíduos com base nas questões sobre a quantidade usual de frutas ou sucos de frutas consumida por dia e sobre o hábito de saladas cruas ou cozidas no almoço e/ou no jantar.
Atividade física
A Ilha de Santa Catarina desponta na liderança nacional entre três os locais que mais praticam atividades físicas, o percentual é de 46,8%, o mesmo de Macapá, e inferior apenas a Palmas, com 47%. Entre a população nota-se que os homens de Florianópolis são os que mais praticam atividades físicas no ranking nacional, 55% deles afirmaram que praticam atividades físicas no tempo livre equivalentes a pelo menos 150 minutos de atividade de intensidade moderada por semana, porém entre as mulheres os índice é de 40%, o sexto lugar nacional.

— É muito importante distinguir que este critério de fisicamente inativo, não é ser sedentário. De acordo com a Sociedade Americana de Cardiologia é quem pratica menos de 150 minutos de atividade físicas por semana, 30 minutos por cinco dias ou 50 por três dias. — afirma Toledo
Por outro lado, estima-se que 10,6% da população da Capital seja fisicamente inativa, sendo no casos dos homens 10% e das mulheres 11%. O estudo classifica como fisicamente inativos todos os indivíduos que praticaram qualquer atividade física no tempo livre nos últimos três meses e que não realizam esforços físicos relevantes no trabalho, por exemplo: não se deslocam a pé ou de bicicleta por um período um mínimo de 10 minutos por trajeto ou 20 minutos por dia e que não participam da limpeza pesada de suas casas.
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— Entende que a diferença apesar de muito baixa se deve a algumas questões a hormonal, já que as mulheres são mais suscetíveis a essas variações e também sociocultural, é comprovado cientificamente que a mulher abre mais mão de fazer as coisas para ela em detrimento aos outros e isso pode justificar — diz a endocrinologista