O senso comum de que Santa Catarina é um estado tradicionalmente inovador contrasta com o gargalo na qualificação dos trabalhadores. Segundo o último levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), do ano passado, 461 mil empregados catarinenses precisam de capacitação técnica, o que representa quase 60% do setor.
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Para debater o assunto – e trazer resultados práticos ao Estado -, empresários e representantes de instituições públicas e privadas reúnem-se, nesta terça-feira, na Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc).
O setor é importante neste processo de educação, porque boa parte dos funcionários que precisam se qualificar entram no mercado de trabalho sem a preparação necessária, de acordo com o presidente da entidade, Glauco Côrte.
Segundo os dados da CNI, 6,1 milhões de profissionais foram contratados pela indústria, no país, sem que eles tenham a necessária qualificação técnica – de um total de 7,2 milhões de pessoas que estão no mercado de trabalho.
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Profissionais dificilmente estariam contratados
O presidente da Fiesc ressalta que a contratação deles é reflexo do cenário de pleno-emprego que o país vive – estes profissionais dificilmente estariam contratados se o cenário fosse outro.
Mas de acordo com a Fiesc, a capacitação dos funcionários está diretamente relacionada à produtividade da indústria, o que torna a qualificação da mão de obra a impulsionadora do sucesso nos negócios. Côrte ressalta que quase 70% das indústrias brasileiras sofrem com a baixa competitividade, consequência da pouca produtividade e escolaridade do trabalhador.
– A produtividade no Brasil é muito baixa quando comparada com outros países. Enquanto nos EUA são produzidas 100 peças, nós produzimos 18. A principal causa para a diferença na produtividade é o investimento na educação prévia ao mercado de trabalho – aponta o presidente da Fiesc.
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Em uma tentativa de mudar o cenário, o Senai espera abrir 4 milhões de matrículas para estudante no país até 2015 – um incremento de 1,5 milhões de vagas. Em SC, o crescimento é maior: são esperadas 180 mil vagas, o dobro do que ocorre atualmente.
Enquanto há um despertar para a qualificação de jovens que ainda não ingressaram no mercado de trabalho, a indústria incentiva quem trabalha e precisa aumentar sua escolaridade. No Estado, 150 indústrias fazem parcerias com escolas técnicas e bonificam o funcionário que conclui o curso com boas notas.
– Só agora estamos corrigindo esta distorção, que é valorizar o ensino superior em detrimento do técnico. Aqui, destinamos mais recursos para o ensino superior, ao contrário da Alemanha, onde sua base é de profissionais de nível técnico.
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