Municípios de Santa Catarina mostraram breve avanço na 14ª e mais recente versão do ranking sobre saneamento básico elaborado anualmente pelo Instituto Trata Brasil. Florianópolis é o 60º colocado na edição de 2022, lançada nesta terça-feira (22), quando é celebrado o Dia Mundial da Água, recuperando quase toda a queda que sofreu no levantamento anterior, quando caiu dez posições e foi a 69ª colocação.
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Já Blumenau e Joinville avançaram uma posto cada, para 66º e 78º, respectivamente. O segundo deles já chegou a figurar entre os 20 piores listados em ranking há dois anos.
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O estudo avalia indicadores de saneamento básico das 100 maiores cidades do Brasil. A lista recém-lançada se baseia em dados cedidos pelas operadoras nos municípios ao Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) e são referentes a 2020.
Os três únicos representantes catarinenses tiveram também ligeira melhora nas notas atribuídas pelo levantamento, que geram o ranqueamento. Elas são calculadas com pesos diferentes a vários índices de saneamento, que estão divididos em três grupos pelo estudo.
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O primeiro trata do nível de atendimento ao avaliar da recolha do esgoto à oferta de água tratada. Um outro é sobre a melhora do atendimento, com dados de investimentos. Por fim, um terceiro verifica o nível de eficiência, atento a eventuais perdas da água produzida.
A nota da capital de Santa Catarina foi de 5,99 para 6,55. A maior possível era 10. Quem mais chegou perto disso foi a cidade litorânea de Santos, no Estado de São Paulo, com 9,94, na liderança do ranking. A última colocada foi Macapá, capital do Amapá, com 1,80.
A melhora de Florianópolis, sob gestão da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan), se deu, principalmente, pelo aumento no percentual de esgoto tratado em relação à água consumida, agora em 57,84%, ante 45,55% no ranking anterior.
O investimento na cidade também aumentou, indo de R$ 48,03 milhões em 2019 para R$ 64,51 mi no ano seguinte, em valores corrigidos pelo estudo para a comparação.
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De 2016 a 2020, Florianópolis investiu em saneamento R$ 99,70 por habitante a cada ano, acima da média entre as capitais, de R$ 91,03.
Esse valor ainda está abaixo, no entanto, do patamar tido como necessário para a universalização dos serviços de saneamento no país, de R$ 113,30 per capita, de acordo com dados do Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab).
A universalização, prevista para 2033 pelo novo Marco Legal do Saneamento Básico, exige acesso a água potável para ao menos 99% da população brasileiras, além da garantia de coleta e tratamento de esgoto para 90%.
Cuiabá, líder em investimento per capita, colocou R$ 213,33 na média calculada pelo Instituto Trata Brasil, enquanto São Paulo, com maior volume de gastos no período, de R$ 11,152 bilhões, investiu R$ 180,97 por pessoa.
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A nota de Blumenau, onde opera o Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae) local, subiu para 6,22, com ganho de 0,10. Ela contou com pequenas variações em todos os grupos de indicadores de saneamento do estudo.
Isso também ocorreu com a nota de Joinville, sob operação da Companhia Águas de Joinville (CAJ), que foi a 5,28, com aumento de 0,40.
A reportagem fez contato com as três operadoras de saneamento citadas. A Casan não respondeu aos questionamentos específicos sobre o ranking, mas destacou ter 99% em abastecimento de água nos 194 municípios que atende e somar cerca de R$ 700 milhões em obras em andamento em Santa Catarina.
“Na capital, são quatro obras: a ampliação e modernização da Estação Insular e as novas estações de tratamento no Saco Grande, Ingleses e Rio Tavares. Com isso, a cidade vai saltar de 67% de cobertura para 92% até 2025”, comunicou, em nota.
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Já a CAJ afirmou acompanhar o ranking e já ter implementado melhorias que ainda não foram levadas em conta pelo Instituto Trata Brasil, que se atém a dados de 2020.
A operadora listou a duplicação da Estação de Tratamento de Água (ETA) do Cubatão, a ampliação da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Jarivatuba, a entrega da ETE Espinheiros, a ampliação do sistema de abastecimento de água nas margens da SC-108 e a obra de substituição de antigas tubulações da Rua Blumenau.
A empresa ainda enumerou iniciativas planejadas para os próximos cinco anos que poderão melhorar também sua posição no ranking. São elas: as implantações do sistema de abastecimento de água Piraí Sul, de 850 km de redes coletoras de esgoto e de 141 estações elevatórias de esgoto, além da modernização da ETA Piraí, da construção de três estações de tratamento e da ampliação da capacidade da ETE Jarivatuba.
“Nossa expectativa é que tudo que temos encaminhado vai nos colocar, nos próximos anos, entre os melhores do Brasil”, disse Giancarlo Schneider, diretor-presidente da CAJ, em comunicado encaminhado à reportagem.
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Já a operadora que atua em Blumenau, Samae, deve se manifestar amanhã sobre o assunto.
A nível nacional, o levantamento do Instituto Trata Brasil identificou melhora na maioria dos indicadores de saneamento, mas em ritmo ainda abaixo do considerado ideal.
Historicamente, municípios de São Paulo, Paraná e Minas Gerais se destacam no ranking, em oposição aos indicadores ruins de alguns municípios do Norte, do Nordeste e do Estado do Rio de Janeiro.
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