Florianópolis amanheceu sem ônibus na manhã desta quinta-feira. No Terminal de Integração do Centro (Ticen), apenas as vans fazem o transporte de passageiros, serviço considerado irregular.
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Os funcionários do transporte coletivo da Grande Florianópolis decidiram manter a greve apesar dos vereadores da Capital terem aprovado na noite de quarta-feira, 2, a concessão de subsídio mensal de R$ 590 mil às empresas de transporte urbano.
De acordo com o assessor do Sindicato dos Trabalhadores no Transporte Urbano de Passageiros da Região Metropolitana de Florianópolis (Sintraturb), Deonísio Linder, o ajuste de 8% concedido não é mais suficiente.
– Concordamos com aquele valor antes de precisarmos parar. Eles (os patrões) nos obrigaram a realizar essa paralisação e colocaram a população contra a categoria. Agora queremos aumento de 9% ou 10% – falou Linder.
A versão dos trabalhadores
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Conforme Ricardo Freitas, do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Urbano da Grande Florianópolis (Sintraturb), a categoria aguarda nova proposta de reajuste salarial pelas empresas de ônibus.
Segundo ele, a suspensão da greve não está condicionada à aprovação, pela Câmara, do subsídio a ser pago pela prefeitura.
Freitas defende que, durante as reuniões para discutir o reajuste salarial realizadas em junho, os empresários do setor haviam apresentado proposta de 8% de reajuste, retroativo ao mês de maio, a ser pago a partir do salário do mês de junho.
No dia 1º de julho, data agendada para assinatura da convenção coletiva, os trabalhadores teriam sido surpreendidos pelo anúncio dos empresários de que o reajuste integral de 8% só poderia seria pago quando a prefeitura iniciasse o repasse do subsídio. O pagamento do aumento de 5,9%, correspondentes à inflação do período, foi mantido.
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– Não havia acerto de que eles teriam que esperar pelas decisões da prefeitura. (…) Se agora eles anunciam este pagamento, a gente se pergunta por quê não fizeram isso há dois dias? – reclama.
O subsídio, para custear o reajuste no valor do óleo diesel e a inflação do período, foi a alternativa encontrada pela prefeitura para que a alta nos preços não fosse repassada para as passagens.
A posição dos empresários do transporte urbano
De acordo com Erasmo Balbinot, do Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Florianópolis (Setuf), diante da aprovação do subsídio às empresas pela Câmara, os empresários decidiram pelo pagamento, com recursos próprios, dos 8% de reajuste já nesta sexta-feira, dia 4.
– Hoje temos uma garantia “mais concreta” do pagamento do subsídio pela prefeitura. (…) Como foi votado em caráter de emergência, sabemos que vamos suprir estes recursos em pouco tempo – explica.
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Balbinot reclama que o Setuf havia confirmado o pagamento de 5,9% a partir de junto e o restante do reajuste, de 2,09%, a partir do repasse do subsídio pela prefeitura.
Segundo o representante, os empresários cumpriram com o que haviam se comprometido e entendem que não há motivo para a manutenção da greve.