Há quem goste de praias cheias, observar o movimento das pessoas desviando de grupos espalhados pela areia e de música alta. Há aqueles que escolhem a praia para praticar algum esporte, como surfar, por exemplo. Outros preferem menos barulho e menos gente para conseguir um pouco mais de tranquilidade. Mas existem pessoas que procuram o isolamento e o pleno contato com a natureza e estes ainda têm o privilégio de encontrar, ao sul da Ilha de Santa Catarina, um pequeno paraíso: a praia do Saquinho.

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A rodovia SC-406, sentido sul, termina na praia do Pântano do Sul. Ali, virando à direita na Estrada João Belarmino da Silva e seguindo até o final é fácil de identificar placas artesanais indicando o caminho para a praia da Solidão, esta, de apenas uma pequena rua estreita principal. Deste ponto os veículos já não são mais bem-vindos e nem são muitos os que conseguem estacioná-los no local. Durante a temporada é preciso chegar cedo para garantir lugar até mesmo nos poucos estacionamentos.

A Solidão é o último ponto litorâneo ao sul de Florianópolis onde é possível chegar de carro, depois disso apenas por trilhas. E é por este caminho que se vai à praia do Saquinho. Uma trilha leve, calçada, com algumas ladeiras íngremes que testam o fôlego de quem se aventura por aqui, mas nada impossível de ser ultrapassado. É preciso um mínimo de preparo físico e boas pernas.

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São vinte minutos de caminhada em ritmo moderado. Os primeiros cinco morro acima, em meio à muitas árvores e lagartos de pedras que se assustam quando nos aproximamos. Num piscar de olhos, somem. À medida em que a mata se abre as paisagens aparecem e o corpo esquece a respiração um tanto ofegante. Do alto, olhando para trás, a pequenina Solidão parece menor e a impressão é que Açores e Pântano do Sul nem são tão grandes assim. Lá de cima o mar é azul turquesa vindo em tons degradê para o verde quando mais próximo ao costão. O solo arenoso faz isso acontecer.

Como no ditado popular, tudo o que sobe, desce. Após avistar cenários que nos fazem repensar a vida, a trilha leva para baixo, novamente sob árvores – a esta altura muito comemoradas, protegendo a pele dos mais de trinta graus embaixo do sol – e não demora nada para que o barulho das ondas ressoe mais nítido. No final a recompensa. A passagem estreita ao lado de uma cerca residencial é a porta de entrada para a paz. Metros de areia, sombras de árvores, algumas pedras grandes, água tranquila e meia dúzia de pessoas. O silêncio parece ser uma prece por aqui e ao olhar para a fisionomia de quem compartilha o lugar fica claro que o pensamento geral é de agradecimento pela paisagem. É novamente hora de repensar a vida e dar um mergulho no mar.

Dicas importantes:

– Leve calçado para fazer a trilha. É mais seguro.

– Leve água e algum alimento. Há um pequeno restaurante um pouco depois da entrada da praia do Saquinho para quem não quiser carregar nada, mas não permanece aberto sempre.

– Não deixe nenhum tipo de lixo no local ou na trilha.