A Ilha de Santa Catarina é um dos pontos turísticos mais procurados pelo público gay. Conforme o Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), é a terceira cidade mais visitada do Brasil. Agora Florianópolis deverá ter seu nome ainda mais exposto no mundo GLBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros).

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Nesta quinta e sexta-feira, Jurerê Internacional recebe a 29ª Convenção Global da Associação Internacional do Turismo Gay (IGLTA, na sigla em inglês). É a primeira que o evento ocorre na América do Sul. Um dos principais motivos que tem tudo para elevar a marca de Florianópolis como destino gay é a presença de 45 jornalistas, metade deles do exterior.

O chefe da editora Pink Triangle (um conglomerado de publicações do Canadá), David Walberg, é um dos participantes da convenção. É a primeira vez que visita Santa Catarina e diz ter se encantado com a natureza, a gastronomia e afirma ter ouvido falar das baladas sofisticadas da Capital, que pretende conferir nos próximos dias. O que mais chamou sua atenção foi a hospitalidade do povo.

– O público homossexual não dispensa uma receptividade amigável. O restante, depende do perfil de cada um. Tem aqueles que gostam de festas, outros de acampar – observa.

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Isso mostra que a Capital catarinense é considerado um destino gay-friendly, ou seja, amigável aos homossexuais, que conta, inclusive, com uma lei específica contra a discriminação. Estar de portas abertas ao turista gay traz, além de uma imagem humanista, ganhos para a economia. Segundo a IGLTA, o setor chega a movimentar cerca de R$ 275 bilhões por ano no mundo.

Para a diretora da operadora de turismo receptivo Brazil Ecojourneys, Marta Dalla Chiesa, a realização do evento em Florianópolis deve qualificar o setor. Ela lembra que a cidade conta com opções exclusivas para o turista gay, como bares e eventos direcionados ao público na Praia Mole, Leste da Ilha.

O evento foi trazido para Florianópolis por meio da Embratur, Santa Catarina Turismo (Santur) e Florianópolis e Região Convention & Visitors Bureau.

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– Receberemos mais de 250 lideranças do segmento, como operadoras e agências de viagens. A convenção vai gerar um ambiente de negócios de empresários da cidade com o resto do mundo – expõe o consultor da Santur, Martin Desmaras.

Entrevista

John Tamzela, presidente da Associação Internacional do Turismo Gay

Projeção de Florianópolis para o mundo

Especialistas em destinos turísticos apontam que o segmento gay é o segundo que mais cresce no setor de viagens, perdendo apenas para o ecoturismo. Mostrar Florianópolis internacionalmente para o público homossexual representa a possibilidade de colocar a cidade no rol de um negócio em franca expansão, mas que precisa de qualificação. O presidente da Associação Internacional do Turismo Gay (IGLTA_ na sigla em inglês), John Tamzela, concedeu entrevista para o DC, ontem, no Hotel Il Campanario, em Jurerê Internacional. Ele falou sobre a projeção da Capital com a realização do 29° congresso na Ilha.

Diário Catarinense – Buenos Aires, São Paulo, Rio de Janeiro eram candidatas a receber o evento, por que Santa Catarina foi escolhida?

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Tamzela – Uma das políticas para a escolha é o trabalho do segmento LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis Transexuais e Transgêneros) realizado no Estado. Santa Catarina apresenta uma excelente proposta para trazermos a convenção para cá. Oferece cultura, boa gastronomia e segurança, condições que atraem o turista gay. Também é muito interessante apontar um novo destino que o mercado internacional não conhece.

DC – O que o turista gay busca?

Tamzela – Como já falei, primeiro é que o destino seja seguro, mas também querem se sentir bem vindos. Geralmente viajam com mais frequência e procuram novos lugares. No restante, procuram a maioria das coisas que outros turistas, cultura, entretenimento, sair para jantar. Florianópolis é bem servido, tem beleza natural, gastronomia fantástica, o estilo mais relaxado, mas também tem vida noturna, ecoturismo e esporte.

DC – O que Florianópolis precisa melhorar para atender com mais excelência o turista gay?

Tamzela – O serviço aéreo pode ser um desafio para o turista em Florianópolis, assim como em todo o Brasil, que conta com poucos destinos com voos diretos.

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DC – O que a cidade ganha com a realização da convenção em solo catarinense?

Tamzela – O encontro é um dos mais antigo e maiores do trade turístico internacional LGBT. O evento coloca o destino no mapa do turismo gay, atrai a mídia social e convencional de vários países do mundo tanto antes quanto depois do evento.

.:: Em números

::: Florianópolis é o 3º destino turístico gay do país, atrás São Paulo e Rio de Janeiro.

::: O turista homossexual viaja em média 29 dias por ano.

::: Gasta 30% a mais do que os outros turistas.

::: O segmento turístico LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis Transexuais e Transgêneros) movimenta cerca de R$ 275 bilhões por ano no mundo