A polícia confirmou a fuga de 54 presos do Centro de Triagem da Polícia Civil de Florianópolis, conhecido como Cadeião do Estreito. A fuga aconteceu por volta das 21h deste domingo. Até as 23h, nove fugitivos haviam sido recapturados.
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O diretor do Departamento Estadual de Administração Penal (Deap), Hudson Queiroz, informou que o agente de plantão teria aberto a cela para retirada do lixo e foi feito de refém pelos detentos. Em seguida, os rebelados conseguiram roubar três armas da unidade, que tem aproximadamente 130 encarcerados.
Houve troca de tiros com a polícia e dois presos ficaram feridos. Um deles foi encaminhado para o Hospital Celso Ramos.
Por volta das 23h, as armas e nove detentos haviam sido recapturados. Um outro se entregou. Entre os recapturados está Gabriel Lima da Silva. Ele foi encontrado pela Cavalaria da Polícia Militar quando tentava fugir com outros três homens. Junto com ele, policiais apreenderam uma espingarda calibre 12. A polícia também apreendeu uma outra espingarda, do mesmo calibre, e uma escopeta, além de munição não letal.
Ao todo, 60 homens da polícias Civil e Militar de Biguaçu, Florianópolis e São José trabalharam na operação. A Polícia Rodoviária Estadual também fez uma blitz na BR-282.
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O Centro de Triagem do Estreito é uma das unidades prisionais mais problemáticas de Santa Catarina. Em abril deste ano, a Justiça deu prazo de um ano para o Estado desativar a unidade.
A decisão foi do juiz Hélio do Valle Pereira, da Capital. Ele atendeu a uma ação civil pública proposta pelo promotor Alexandre Herculano Abreu, do Ministério Público (MP) de Santa Catarina. Abreu alegou que a unidade está localizada em área imprópria, dada a proximidade com comércio e residências, e que há uma série de irregularidades nas instalações do prédio.
No ano passado, vistorias do Corpo de Bombeiros e da Vigilância Sanitária perceberam irregularidades, classificadas como “desaconselháveis” a permanência de presos no local.
De acordo com o diretor do Deap, Hudson Queiroz, o Estado já manifestou interesse na desativação da unidade. Anunciou a construção de um novo prédio em São Pedro de Alcântara, a 30 quilômetros de Florianópolis, mas os moradores do município protestaram contra e a prefeitura não liberou o alvará.
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O Centro de Triagem do Estreito não é a única unidade superlotada em Santa Cataria. No Estado, segundo números do Deap, existem 11 mil presos para 7 mil vagas (déficit de 4 mil vagas).
A assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Segurança informou que o governo está trabalhando para reduzir esse déficit, mas que enfrenta dificuldades em encontrar áreas, dada “a resistência da comunidade”. A assessoria destacou que desde 2003 foram abertas 2,9 mil vagas no sistema prisional do Estado.