Estreitamente endêmica de cachoeiras e falésias rochosas descrita pela primeira vez há quase cinco anos, no Morro do Ipiranga, próximo à divisa com Benedito Novo, a Siphocampylus baccae está criticamente ameaçada de extinção de acordo com os critérios da Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN, na sigla em inglês).

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O nome da espécie de angiosperma da família Campanulaceae surgiu em homenagem naturalista e ecólogo catarinense Lauro Eduardo Bacca. O epíteto faz uma referência ao sobrenome do pesquisador. A espécie, que vive na Mata Atlântica de floresta pluvial, possui um caule avermelhado e a borda das folhas serrilhadas, além disso, quando o caule é quebrado há secreção de látex.

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A seguir, você confere mais detalhes sobre a Siphocampylus baccae:

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Novas plantas endêmicas foram descritas nos últimos anos no Estado. A série “Flores de SC” mostrará ao longo de junho algumas destas espécies.
SIPHOCAMPYLUS BACCAE
Foi localizada em 2016 no Vale do Itajaí, nos paredões rochosos do Morro do Ipiranga, na cidade de Rodeio. Batizada em homenagem ao ambientalista blumenauense Lauro Bacca, as plantas desta espécie são herbáceas com
flores vistosas.
ONDE FORAM REGISTRADAS
. Garuva
. Rodeio
. Benedito Novo
. Rio do Sul
. Ibirama
. Corupá
GÊNERO SIPHOCAMPYLUS
220
27
10
espécies
no mundo
espécies
no Brasil
espécies
em SC
A maioria na região Andina
A PLANTA
O habitat da Siphocampylus Baccae são afloramentos rochosos e paredões íngremes, em sol pleno ou sombreado, sempre em locais úmidos.
Flores
São extremamente vermelhas e com as aberturas amarelas. A planta floresce o ano inteiro, continuamente.
flor vista frontal
Folha
Possui pequenos dentes curtos chamados hidatódios ao longo da margem das folhas, função é expelir o excesso de água interna.
hidatódios
Caule
Possui um pigmento avermelhado, externo, que protege a planta de excesso de radiação UV e produção de radicais livres.
Seiva
É carregada de toxinas para defender a parte danificada da planta do ataque de insetos, fungos e bactérias.
4 cm a 5 cm
flor vista lateral
Tubo
estaminal
pólen
protegido
estigma
dentro
do tubo
tricomas
Tubo estaminal
O pólen permanece fechado dentro do tubo, evitando que os insetos dele se alimentem e garantindo maiores chances de polinização.
POLINIZAÇÃO
1
A ave introduz o bico para coletar o néctar no fundo da flor. O pólen está protegido no tubo estaminal.
tubo
estaminal
2
Ao alcançar o fundo da flor, as penas da cabeça encostam nos tricomas, que estão fechados.
tubo estaminal
pólen
tricomas
3
Quando a ave retorna, os tricomas são empurrados, despejando o pólen sobre a cabeça da ave.
tricomas empurrados e pólen liberado
4
O beija-flor, carregado de pólen, voa e poliniza outras flores.
5
Posteriormente, o estigma sai do tubo estaminal para ter acesso ao pólen de outras flores, trazidos por beija-flores.
tubo estaminal
estigma fora do tubo
Após a polinização, o fruto se desenvolve na forma de uma pequena cápsula com centenas de diminutas sementes.
INFOGRAFIA: Ben Ami Scopinho, NSC Total
FONTE: Luís Adriano Funez, consultor em curadoria do Herbario Barbosa Rodrigues, em Itajaí, e doutorando na UFSC, onde trabalhou no projeto Peld-Bisc.

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