Flamengo e Internacional se enfrentam neste domingo, às 16h, no Maracanã, em partida decisiva pelo título do Campeonato Brasileiro. Uma vitória do Mengão coloca o time cariona na ponta da tabela, faltando uma rodada para o fim da competição. Um triunfo do Colorado põe fim ao campeonato e decreta o time gaúcho como campeão, 42 anos depois da última conquista do clube na competição.

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A NSC TV vai transmitir ao vivo o jogo no domingo, para os torcedores das duas equipes e os fãs de futebol não perderem nenhum detalhe. Como aquecimento, a reportagem convidou dois colegas que atuam na NSC para escrever sobre a expectativa para o jogo com jeito de final. Veja:

Bruno Watté, diretor de operações e produtos digitais da NSC

Por que sou Mengão

Não dá pra não lembrar do hexacampeonato de 2009. Naquele ano o Mengão não tinha liderado nenhuma rodada até então. Mas assumiu a liderança do Brasileirão precisamente na 37ª rodada, vencendo o Corinthians por 2 a 0, e na sequência, sagrou-se campeão diante do Grêmio.

Domingo vamos para a 37ª rodada deste Brasileirão 2020, diante do Inter, novamente sem termos liderado nenhuma rodada sequer até aqui! É ou não é muita coincidência? Tem ou não tem cara de um roteiro de filme de suspense ou de pura emoção? Será um jogo daqueles para não piscar.

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Não dá pra não lembrar do hexa de 2009, porque eu estava lá naquele 6 de dezembro, quando fomos campeões. E vou contar para vocês: não há emoção maior no mundo que participar de um coro de 90 mil pessoas, num domingo de sol no Maracanã, cantando juntos “Oh meu Mengão, como eu gosto de você! Quero gritar pro mundo inteiro, a alegria de ser Rubro-Negro”. É por isso que sou Flamengo! Porque o Mengão é pura emoção, é raça, é amor, é paixão! Ser rubro-negro é soltar constantemente os gritos de “Gol” ou de “É campeão”!

Não tem essa de ficar com o grito preso na garganta! Ser Mengão é saber narrar de cor os dois gols do Nunes no Mundial de 1981, aquele golaço de falta do Pet no tri carioca de 2001 em cima do Vasco ou o gol do Bebeto no título da Copa União de 1987 em cima do Inter.

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No comando do Flamengo, Rogério Ceni busca o primeiro título da Série A do brasileiro como técnico (Foto: Marcelo Dias, Folhapress)

Os tempos agora são outros. O que era pura emoção, deu passos largos na direção da profissionalização. Uma sequência de bons trabalhos de gestão foi capaz de estruturar o clube, equalizar dívidas, promover talentos e mudar o patamar de receitas. O ano de 2019 foi uma espécie de coroação desse trabalho. Afinal de contas, quantos times no mundo puderam comemorar os títulos da Taça Libertadores e do Brasileirão no mesmo final de semana?

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O campeonato de 2020 começou meio morno. O coro de 90 mil vozes claramente fez falta! Mas, devargazinho, construímos nosso caminho. E agora estamos diante daquele mantra rubro-negro: “Deixou chegar!” Flamengo x Inter neste domingo vai ser um jogo inesquecível. Que seja o replay do título de 2009, que a gente possa assumir a liderança na 37ª rodada e não largue mais. Que vença o melhor! Que vença o Mengão!

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Túlio Borges, editor-Chefe do Jornal do Almoço da NSC TV

Por que sou Colorado

Uma das minhas lembranças mais antigas vem do futebol. Final do Campeonato Brasileiro de 1988, mas disputada em 19 de fevereiro de 1989. Internacional x Bahia. Como toda criança de seis anos, não entendia muito bem o que estava acontecendo, mas adorava as três estrelinhas que ficavam em cima do belo escudo com as letras S, C e I entrelaçadas. Estrelas que marcavam as conquistas que colocaram o Internacional, time para o qual meu pai sempre torceu, no mapa do Brasil. Teve até promessa para mim, no caso de título: “Semana que vem, você vai ganhar uma camisa com uma estrelinha a mais”. A quarta estrelinha não veio. Fiquei triste, é claro.

Ser colorado, para mim, faz parte do DNA. É hereditário. E para quem nasceu nos anos 1980, é também uma profissão de fé. Cresci em uma família grande, com muitos tios e primos. Tantos que no fim do ano sempre tinha o Gre-Nal dos Borges. Futebol de campo, 11 contra 11 . Jogando do lado vermelho, me acostumei a estar entre os mais velhos. O meu time era o dos tios. Meus primos cresceram vendo o lado azul ganhar… E criança gosta de torcer para quem ganha.

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À frente do Inter, Abel Braga tenta ampliar o vitorioso currículo como treinador, após ter sido alvo de muitas críticas no retorno ao Colorado (Foto: Everton Silveira, Folhapress)

Mais lembrança. Aquele inesquecível 17 de dezembro de 2006. O jogo era contra o poderoso Barcelona. Estava na sala da casa dos meus pais. Meu pai e eu sentados no sofá sem conseguir falar. O silêncio foi interrompido aos 30 do 2º tempo, quando Fernandão sentiu uma lesão: “Não Abel! O Gabriu não!”. Cinco minutos depois, mais gritos. Esses entre abraços: “Foi o Gabiru!”. Minha mãe estava na sacada. A vizinha do outro lado da rua se assustou: “Tá tudo bem?” “Tá sim”, disse minha mãe. “É só futebol”.

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Mas nunca é só futebol. Esse esporte e, para mim, o Internacional, é paixão, é memória afetiva e é coisa de família! É ligação de pai e filho. Hoje quem tem seis anos é a minha filha. E o tetra vem num roteiro que combina com essa história. Quatro titulares com lesão nos joelhos, troca de técnico traumática, queda na tabela, recuperação com nove vitórias consecutivas. Um técnico que muitos já consideravam aposentado. Ninguém merece mais esse título que o Inter. E a decisão, desta vez contra o Flamengo, também é em fevereiro… Dois dias depois do aniversário de 32 anos daquela promessa, que hoje repasso para a minha pequena.

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