No dia 6 de maio de 2009, quando o Flamengo anunciou o primeiro retorno de Adriano, o clube já estava ciente dos problemas com os quais poderia lidar por causa dos excessos extracampo do Imperador. Antes de selar o acordo por um ano, o presidente da época, Marcio Braga, contratou um psiquiatra para fazer um diagnóstico do atacante.
Continua depois da publicidade
O clube recorreu ao especialista em dependência química, Jorge Jaber, que fez uma análise sobre o estado do Imperador. Foi passado ao Rubro-Negro que Adriano não apresentava um quadro grave de depressão, mas que ele era dependente de álcool e precisaria de um acompanhamento, caso fosse contratado.
Cerca de três semanas antes do acerto, Adriano concedeu entrevista para explicar o sumiço dele, que deveria ter retornado à Inter de Milão após um jogo pela Seleção, em Porto Alegre. Na ocasião, o jogador avisou não gostaria de voltar para a Itália.
– Antes de assinar, nos reunimos com Gilmar (Rinaldi, empresário), José Luiz Runco (médico), Adriano, o psiquiatra, Paulo Ribeiro (psicólogo do Flamengo na época) e Kléber Leite (vice de futebol). O laudo apontou esse problema e foi passada uma série de orientações. Isso depois de umas três reuniões só com esse renomado psiquiatra. Sabíamos que ele estava com tesão de jogar, mas precisaria de um acompanhamento – confirmou Delair Dumbrosck, vice geral que assumiu a presidência depois Marcio Braga pediu licença, no segundo semestre de 2009.
A reportagem entrou em contato com Jorge Jaber e ele preferiu não se pronunciar sobre o caso específico de Adriano e as consultas feitas pelo jogador.
Continua depois da publicidade
-Um paciente tem direito à privacidade e sou obrigado a manter o sigilo profissional – disse Jaber.
Depois da nova reincidência, que poderia ter causado a quebra do contrato, o Flamengo, nesta semana, novamente, voltou em falar na possibilidade de contratar um psicólogo para acompanhar Adriano. Em 2009, Paulo Ribeiro trabalhava no clube e, mesmo a contragosto do jogador, tentou monitorá-lo.
– Deixamos claro que não era ele que teria de dizer se gostaria ou não de ajuda. Ele era funcionário do clube e teria de cumprir as determinações. O psicólogo acompanhava o time, mas tinha uma atenção especial com Adriano. Foi assim o tempo todo – contou Delair.