Nesta segunda-feira, o ex-treinador do Metrô Cesar Paulista conversou com a reportagem do Santa por telefone sobre a saída do comando da equipe. Ele falou sobre o trabalho feito até a última partida contra o Avaí, citou dificuldades encontradas como a falta de contratações e sobre a relação com o elenco. Confira abaixo:

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Como você avalia essa passagem pelo comando do Metrô?

Normal. Quando fui chamado ano passado o clube não conseguia treinador, estava sem dinheiro e foi pedido para eu continuar. Por questões financeiras, começamos já muito tarde a montagem do time, sabendo das dificuldades que teríamos, e com o menor orçamento do campeonato. Mas aceitei o pedido do presidente, sabendo das dificuldades. Saio de cabeça erguida novamente. Tivemos problemas como logística de treinamento. Infelizmente não conseguimos atingir o objetivo. É mais fácil tirar o treinador do que os jogadores, isso é normal. Mas tive uma conversa boa com o presidente e com o Egídio (Beckhauser, coordenador técnico) e eles estavam sabendo das dificuldades que estávamos encontrando, principalmente para contratação de atletas. Ficamos, em algumas posições, meio sem opções. O time pagou um preço caro, mas ainda acredito que consiga, temos chance de não cair. Sabíamos que este ano a briga seria muito difícil como foi ano passado. Ano passado tínhamos um melhor elenco, mais dinheiro e quase caímos também. Este ano a “bucha” era maior.

Você considera que conseguiu extrair tudo do grupo atual?

Acredito que sim. Fizemos bons jogos, principalmente no primeiro turno, não ganhamos mais por erros individuais. Sabíamos que iam acontecer cartões amarelos, contusões. Começamos muito tarde, dia 3 de janeiro, com um time totalmente novo. Automaticamente o time ia crescer aos poucos, mas infelizmente não vieram as peças que a gente queria, por falta também de dinheiro, o clube está com os pés no chão e não podia fazer loucura, e não conseguíamos trazer nenhum jogador para dar um plus. Saio novamente tranquilo, de cabeça erguida, fiz o máximo que pude com os problemas que o clube teve. Quando você faz um trabalho honestamente você sai tranquilo. Só saio chateado porque saio deixando o time numa posição ruim.

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Considera que precisava dessa mexida no grupo para escapar do rebaixamento?

Eles sempre falam que se precisa buscar um fato novo. A gente sabe que o fato novo é o treinador. Ainda mais como nós, no meu caso, não tem contrato, não tem multa, então às vezes é mais fácil tirar o treinador do que mandar o jogador (embora). Não está mudando muito, sempre foi assim. Às vezes o problema não é ali. Mas teria que ser feita alguma coisa, e fez. O que tem que pensar no momento é o Metropolitano, não no Cesar Paulista ou nos jogadores. Tem que pensar no que é melhor no clube. Foi mais fácil me desligar do que os jogadores.

Você acredita que perdeu o controle do grupo em algum momento?

Nós jogamos para caramba contra o Tubarão. Chega no outro domingo e não joga contra o Avaí. Se não tivesse o grupo na mão não tinha feito uma grande partida lá em Tubarão. Lógico que tem jogadores que às vezes não estavam bem, você tem que tirar e o jogador não fica contente de sair, mas isso acontece, tem que fazer o que é melhor. Mas eu não tinha problema nenhum, não.

Pretende continuar a carreira de treinador ou retornar aos trabalhos na base do Metrô?

Como eu tinha férias para pegar, foram dados 20 dias para a gente dar uma pensada no que vai ser feito. A princípio estou de licença e volto para o trabalho. Todo mundo que mexe com futebol tem (vontade de continuar como treinador), é normal. Convite já houve, mas eu tinha esse acerto com o Metropolitano e sou funcionário do Metropolitano.