O Festival Internacional de Teatro Universitário de Blumenau (Fitub) é um moço que chegou à casa dos 30. A programação da 30ª edição começa hoje, às 20h30min, com a peça UZ, da La Vaca Companhia de Artes Cênicas, de Florianópolis, e segue até o dia 13. Neste ano serão 23 espetáculos – 12 selecionados entre os 118 inscritos, número recorde do evento, mais cinco convidados e outros seis blumenauenses. O intercâmbio com o teatro argentino ficará a cargo de quatro peças de companhias de Buenos Aires e uma coprodução com os hermanos. No sábado também haverá um show musical e no domingo um cortejo do teatro até a Rua Curt Hering para antecipar a peça Júlia, que será exibida na Feirinha da Servidão, às 12h. O número de exibições somado às iniciativas em escolas e praças, que já começaram na terça e vão ser levadas também a Indaial e Gaspar, faz o festival ter cerca de um terço a mais de atrações em comparação ao ano passado, segundo a organização.
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A experiência ajuda a se reinventar sem abandonar o que é virtude. E algumas mudanças marcam esta edição do Fitub agora balzaquiano. Uma delas é o fim do caráter competitivo entre as peças. A disputa já vinha sendo colocada em segundo plano nos últimos anos. Em vez de mostras, os espetáculos agora estão divididos apenas entre selecionados, convidados e peças blumenauenses. Ao longo da semana, porém, haverá análises dos espetáculos escolhidos. A última noite de festival, antes uma festa de premiação, será dedicada a um grande cabaré, com apresentações e homenagens de artistas da região.
Esta também é a primeira edição que será coordenada por Fabio Hostert. Ele assumiu o posto que até o ano passado era de Pita Belli. Uma das intenções do novo protagonista é preservar a afetividade do festival. Uma característica que faz os participantes se apaixonarem e desejarem participar do evento que é palco para novas linguagens teatrais, mas também um universo aberto ao debate sobre o que acontece no universo cênico – o Fitub terá cinco mesas-redondas com temas como mulheres em cena e relação entre espectador e peça, e outras quatro oficinas.
– Mais do que ser uma mostra de espetáculos, o Fitub continua sendo o lugar onde a gente discute o que e como está se fazendo. Isso é muito produtivo e nos torna uma referência – pontua o coordenador.
Mais do que contribuir com a maturidade do festival, as peças que integram o 30º Fitub trazem em comum um espírito transgressor capaz de instigar reflexões e desconforto. No espetáculo de abertura, o alvo é a relação da sociedade e dos indivíduos com a religião e com suas perversões. Em Odiseo.com, peça em cartaz amanhã e sábado, os dardos são lançados sobre relacionamentos afetivos e a ligação do homem com a tecnologia.
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– Temos um material provocativo, a maioria com questões do homem atual, bastante conectados com o contexto político e social. São espetáculos que chegam dialogando com o homem contemporâneo. Esperamos que o público venha com muita vontade porque teremos muito teatro para oferecer – convida Hostert.