Existem quantas formas de contar uma história? A resposta é infinitas, depende quão boa e interessante ela é e quão longe vai a imaginação. Luvas, sombras, apenas luz, máscaras, bonecos, silêncio e movimento: na oitava edição do Fita Floripa – Festival Internacional de Teatro de Animação de Florianópolis, grupos apostam em diferentes linguagens em espetáculos com bons enredos e dramaturgia consistente para adultos e crianças.
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Artistas de referência no gênero vindos do Brasil e de países da América Latina e da Europa desembarcam no Estado para oito dias de apresentações, oficinas e debates.
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– Interessante nesta edição é que a curadoria é muito aberta em termos do que é teatro de animação. Tem espetáculos com projeção, por exemplo, e muitas outras possibilidades – diz o ator e diretor teatral Max Reinert, da Téspis Cia de Teatro, de Itajaí, um dos três grupos catarinenses selecionados para o 8º Fita.
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Dos 14 espetáculos, seis são acessíveis para surdos e um para cegos. São números que trabalham com diferentes técnicas, desde as mais antigas, como silhueta e manipulação direta, até outras mais contemporâneas, como luz negra e projeção.
Animação também para adultos
A história do teatro de formas animadas remonta aos tempos antigos. Segundo Sassá Moretti, professora e coordenadora geral do festival, China e Índia são pioneiros no gênero, com as primeiras criações dramatúrgicas a partir da manipulação de sombras.
– No Brasil começou mais na região Nordeste, com os mestres mamulengueiros – conta.
O gênero, no entanto, principalmente no Brasil, costuma ser associado ao público infantil e, de fato, as produções adultas sempre ficaram mais num cantinho. Nesta edição do Fita a curadoria selecionou números para todas as idades. A performance Rachel do Grupo Serafín Teatro (Campinas), que abre o festival no sábado (antes de Bestiário), é um exemplo.
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– É tanto para adulto quanto infantil. Usamos máscara neutra que, conforme é manipulada, a percepção da plateia é diferente. A máscara não é feliz e nem triste – diz Abel Saavedra, ator na peça e diretor do grupo Serafín.
O 8º Fita Floripa é patrocinado pela Caixa Econômica Federal, com apoio institucional da UFSC/Secult. É coordenado por Sassá Moretti e Zélia Sabino.
Vale a pena assistir
::: O Som das Cores, da Catibrum Teatro de Bonecos (Belo Horizonte)
Inspirado em famosas fantasias literárias, conta a história da jovem Lúcia, que se aventura no mundo do impossível. Do subterrâneo das estações de metrô até o universo infinito de sua imaginação, ela terá de enfrentar seus medos e todos os seus inimigos. Acessível para cegos.
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Domingo, segunda e terça, no Teatro Álvaro de Carvalho, em Florianópolis.
::: Bestiário, da Cia. La Llave Maestra (Chile/Espanha)

Número de 60 minutos convida a viajar no universo imaginário de uma criança. Visual, cômico, poético e surpreendente, foi desenvolvido a partir de pesquisa sobre máscaras de rosto inteiro, animação de objetos e movimento de animais, insetos e seres fantásticos. Acessível para surdos.
Sábado e domingo, 20h, no Teatro Ademir Rosa (CIC), em Florianópolis.
::: Clown’ s Houses, da Merlin Puppet Theatre (Grécia)

Através das paredes escuras de Clown’s Houses a solidão do homem moderno é mostrada: casas como prisões, pessoas presas em suas rotinas e hábitos, distantes de seus sonhos. Acessível para surdos.
Quinta (21) e sexta (22), no Teatro Álvaro de Carvalho, em Florianópolis.
::: O Homem que Amava Caixas, da Artesanal Cia. De Teatro (Rio de Janeiro)

Sem nenhum diálogo, em uma tocante declaração de amor, a história conta como por meio de brincadeiras lúdicas e do silêncio, pai e filho conseguem demonstrar o amor que sentem um pelo outro. Acessível para surdos.
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Segunda e terça, no Teatro Álvaro de Carvalho, em Florianópolis.
::: Programe-se
O quê: 8º Festival Internacional de Teatro de Animação – Fita Floripa
Quando: de amanhã ao dia 23
Onde: Florianópolis, Balneário Camboriú, Biguaçu, Blumenau, Brusque, Criciúma, Joinville, Laguna, Santo Amaro da Imperatriz, São José e Tijucas
Quanto: R$ 20 / R$ 10 (meia ou para quem levar um agasalho, clientes e funcionários da Caixa). Os espetáculos são gratuitos para turmas de escolas públicas, com agendamento prévio. Ingressos para o Teatro da UFSC e Projeto TAC 7:30 custam R$ 10 / R$ 5 (meia)
Informações e programação completa em todas as cidades no site fitafloripa.com.br