O sorriso estampado no rosto e o bom humor são capazes de esconder as sequelas do acidente que mudou drasticamente a vida de José Souza do Santos, há cerca de 12 anos. Hoje, aos 45 de idade e tetraplégico, ele comemora cada um dos movimentos que recuperou com as sessões de fisioterapia e terapia ocupacional.
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Mas, nem sempre foi assim. Até pouco tempo atrás, ele não tinha força para levar o talher com a comida até a boca ou mexer os ombros, por exemplo. Isso tudo só foi possível graças à dedicação dele e ao tratamento oferecido de forma gratuita pela Associação Catarinense de Ensino (ACE), de Joinville.
Este é o quarto ano que Santos está participando do projeto desenvolvido na própria sede da instituição, no Centro de Joinville. Atualmente, ele faz apenas duas sessões de 50 minutos de fisioterapia por semana, pois já recebeu alta da terapia ocupacional.
– Eu evolui muito depois que comecei a fazer os dois junto. Antes, eu não conseguia me movimentar e minha cadeira tinha até apoio para o meu pescoço – conta Santos.
De acordo com o coordenador do curso de fisioterapia, Jean Rodrigo Zipperer, as chances de sucesso são maiores quando o tratamento é feito dentro do prazo. Ele explica que o processo de recuperação é mais lento e difícil quando o paciente demora muito para iniciar as sessões de fisioterapia ou terapia ocupacional.
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No caso de Santos, ele fazia o tratamento em outra clínica antes de descobrir o projeto da ACE, que se tornou a segunda casa dele. Simpático e dedicado, ele conquistou o carinho dos supervisores e dos alunos que auxiliam no atendimento.
– É muito importante passar por essa experiência porque a gente percebe o quanto a fisioterapia pode ajudar a melhorar a qualidade de vida das pessoas. Além disso, é uma oportunidade para conhecer todas as áreas da fisioterapia a patologia – diz a estudante e estagiária do projeto, Thais Marques, 24 anos.
Mais de 12 atendimentos por ano
Cerca de 12 mil atendimentos gratuitos são realizados por ano através do projeto da ACE, que é voltado para pessoas carentes e sem plano de saúde. Para participar, é necessário apresentar o encaminhamento do médico e passar pela triagem.
Atualmente, há uma fila de espera, mas cada caso é analisado conforme a patologia.
A clínica de fisioterapia da instituição tem equipamentos para o tratamento de ortopedia, neurologia e reumatologia.
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Os pacientes são orientados por estudantes do último ano do curso de fisioterapia e supervisionados por professores especialistas da área. Além da instituição, o projeto tem extensão no Hospital Regional Hans Dieter Schmidt, Bethesda e Núcleo de Assistência Integral ao Paciente Especial (Naipe).
Serviço
O quê: fisioterapia gratuita para pessoas que não têm plano de saúde e condições de pagar
Onde: Clínica da ACE, na rua São José, 490, bairro Anita Garibaldi
Quando: de segunda a sexta, conforme o calendário acadêmico
Como participar: o encaminhamento médico é fundamental para fazer o tratamento. O paciente não pode ter plano de saúde.