Além de municiar policiais rodoviários com radares e bafômetros é preciso criar no motorista a sensação de que ele está constantemente sob monitoramento.

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A boa notícia de que a Polícia Rodoviária Federal está reforçando o policiamento nas estradas que cortam Santa Catarina precisa ser saudada pelas milhões de pessoas que utilizam as rodovias. Mais policiais significam maior combate aos crimes de trânsito, que tanto fazem vítimas por causa do excesso de velocidade, de ultrapassagens proibidas e de embriaguez ao volante.

Embora nos últimos três anos os índices de violência tenham apresentado queda de cerca de 20%, principalmente pelo cerco aos apressados, os números ainda assustam. Por isso aumentar o rigor nas estradas federais é apenas uma das alternativas que a sociedade catarinense dispõe para frear a carnificina diária sobre o asfalto que só no ano passado nos cobrou 505 vidas – em 2013, as duas principais rodovias federais no Estado, BR-101 e BR-282, registraram 12.815 acidentes dos 19 mil nas estradas federais.

Além dos novos policiais – 103 entre os que passaram recentemente em concurso público e os que estão sendo transferidos -, há a urgência no reaparelhamento das polícias e de operações mais frequentes. É preciso municiar os patrulheiros com tecnologia de ponta – radares capazes de medir a velocidade a pelo menos um quilômetro de distância são um exemplo – e também criar no motorista a sensação de que ele está constantemente sob monitoramento.

Mas a segurança nas estradas depende ainda de outros fatores. Um deles estrutural, com os governos garantindo estradas de qualidade a partir da fiscalização de obras e da manutenção permanente das rodovias. O outro educacional, com a conscientização de motoristas, ainda os principais responsáveis por acidentes. Campanhas mundiais que realmente fazem quem dirige pensar sobre como se comportar no trânsito e que chegam ao conhecimento dos brasileiros via redes sociais têm se mostrado eficazes em países como a Austrália, que obteve redução de 52% no número de mortes nos últimos 20 anos.

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Talvez esteja na hora de os brasileiros terem uma visão mais realista das consequências do excesso de velocidade, das ultrapassagens proibidas e da embriaguez ao volante.