Uma vistoria do Conselho Municipal de Saúde de Navegantes (Comusa) identificou diversas caixas de medicamentos vencidos no almoxarifado da Secretaria de Saúde e na Farmácia Municipal nesta quarta-feira. No depósito havia remédios com data de validade de 2012 e que ainda não tinham sido jogados fora. Já na farmácia 14 medicamentos vencidos foram encontrados nas prateleiras para distribuição – o restante estava separado para descarte.
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Eram tantos remédios vencidos que o Comusa não conseguiu contabilizar tudo, principalmente no almoxarifado. O presidente do Conselho, Francisco Johannsen, estima que a quantidade de caixas armazenadas no local daria para encher um caminhão.
– A gente vai notificar a Secretária de Saúde por escrito para que se busque uma solução, porque é dinheiro jogado no lixo. Queremos que sejam melhoradas a logística e o controle da entrega dos remédios, para comprar o que é necessário e para que não faltem alguns medicamentos e sobrem outros. Também vamos pedir um levantamento da quantidade que será jogada fora e do valor aplicado – afirma.
Além de remédios vencidos há anos, também foi achada uma grande quantidade de medicamentos com vencimento próximo, entre maio e junho de 2016 – que acabam não sendo aproveitados porque vencem antes de o paciente completar o tratamento.
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A lista de produtos inclui xaropes, fio dental, fraldas, água para injeção, agulhas descartáveis, paracetamol, remédios para controle da pressão arterial, entre outros. Os itens encontrados foram comprados pelo município, doados pelo Estado e também descartados pela população.
– A fiscalização é para que o recurso do município seja melhor aplicado, conforme a demanda da população. Enquanto tem remédios que sobram, sabemos que está faltando ácido fólico para as gestantes e até gazes nas unidades de saúde. Nos chama atenção ainda que esses medicamentos vencidos possam ser distribuídos à população – observa Johannsen.
Falta de medicamentos
Na quarta-feira, vários moradores não encontraram os remédios que precisavam na farmácia do município. A dona de casa Tereza de Lima Garces foi uma dessas pessoas:
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– De vez em quando venho pegar e falta a medicação. Agora vou ter que comprar porque não posso ficar sem este remédio, que é para pressão alta – explica.
O vigilante Olávio Inácio Leidens também não encontrou os quatro medicamentos que veio buscar na farmácia, para ele e a esposa.
– Estou com dor e minha esposa ruim em casa. Mas estou sem condições de comprar – diz.
O secretário de Saúde, Arilson Moraes, explica que é comum encontrar alguns medicamentos vencidos na farmácia e no almoxarifado em função da demanda, mas que o município sempre comunica ao laboratório responsável para fazer a substituição. Ele justifica ainda que a maioria deles foi entregue pela comunidade.
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Em relação à demora para descartar os remédios vencidos, o secretário garante que hoje uma empresa irá buscar o material para ser incinerado. Segundo ele, é necessário autorização da Fundação do Meio ambiente (Fatma) para fazer o descarte, que não pode ser feito no lixo comum.
Ele diz que hoje ainda alguns medicamentos em falta na farmácia devem ser repostos. Já o problema dos vencimentos deve começar a ser resolvido esta semana com a implantação de um novo sistema de informática:
– A partir do momento que chegar no almoxarifado, quando for repassado pros postos e farmácia, nós vamos saber o lote e vencimento do medicamento. Assim vamos saber pra quem está sendo dado, qual tipo, para termos eficiência nas compras de remédio – argumenta.
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