Após a segunda morte por afogamento em menos de uma semana na Praia de Canasvieiras, em Florianópolis, a presença de guarda-vidas subiu de três para dez neste sábado (28). Para alertar os banhistas sobre os cuidados ao entrar no mar, placas vão ser instaladas a cada 50 metros da praia nos próximos dias e um informativo publicitário deve ser distribuído. As definições foram feitas em uma reunião nesta manhã entre a prefeitura, Corpo de Bombeiros e Defesa Civil.
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Desde outubro está em andamento uma obra para alargar 50 metros da faixa de areia ao longo de 2,4 km da praia. Conforme a prefeitura, 70% do projeto já foi executado e a conclusão está prevista para 11 de janeiro.
Uma polêmica foi criada ao relacionar as duas mortes com as alterações na disposição da areia e no comportamento do mar, em função da obra. A prefeitura nega qualquer conexão entre os fatos. Segundo o prefeito Gean Loureiro, outros fatores podem ter contribuído para estas ocorrências.
— As informações que nos passaram ontem foram totalmente atípicas. A pessoa se afogou de calça, sapato, mochila nas costas, depois de estar alcoolizada em um dos bares e resolver entrar no mar à noite. Provavelmente, se fosse uma lagoa poderia também ter acontecido o afogamento — explicou.

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Estratégia de atuação de guarda-vidas
Para atuação de 10 guarda-vidas, cinco cadeirões foram instalados na área alargada da faixa de areia de Canasvieiras, o que ampliar a visualização da praia e permitir um atendimento rápido no caso de uma emergência. A presença de policiais militares para orientar os banhistas a não entrarem no mar à noite também será reforçada.
Para o comandante geral do Corpo de Bombeiros, Coronel Charles Vieira, o período é de adaptação às alterações da praia.
— As pessoas estavam acostumadas a adentrar no mar a uma longa distância até chegar à parte funda. Agora, essa parte veio para mais próximo. Muitas vezes, a pessoa começa a adentrar e, até formar uma rampa natural na água, há uma queda brusca da parte rasa para a parte funda. Vamos colocar uma boia, delimitando a área rasa da área funda, para que o banhista possa seguir até ali e não correr o risco de se afogar — detalhou.
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Morador de Canasvieiras, o técnico em refrigeração Mauri Pagliosa,de 57 anos, redobra os cuidados ao entrar no mar.
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— O mar está mais perigoso, não dá pra você entrar muito, querer se avançar. As pessoas têm que tomar consciência. Agora, com essas mexida que foi dada, até ele (o mar) se acomodar… provavelmente, pro próximo verão ele vai estar perfeito, sem perigo — declarou.
A prefeitura decidiu também aumentar o número de agentes da guarda municipal para fiscalizar a execução da obra e impedir que os frequentadores se aproximem das máquinas, como detalhou Loureiro.
— A gente vai ter um reforço do trabalho preventivo e de sinalização, que na nossa convicção vai ter um resultado pleno — afirmou.
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