Um fiscal da Fundação Municipal do Meio Ambiente (Faema) de Blumenau foi preso pela Polícia Civil na tarde desta sexta-feira. O homem é suspeito de cobrar propina para não aplicar uma multa por supostas irregularidades em uma obra no bairro Fortaleza. Segundo a polícia, ele teria pedido dinheiro à uma empreiteira para não aplicar uma multa no valor de R$ 15 mil.

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O delegado responsável pelo caso, Lucas Almeida, afirmou que a denúncia foi feita após o fiscal ter pedido R$ 3 mil a uma das vítimas. Policiais fizeram uma operação em frente à obra que seria alvo da multa. A vítima teria acertado de entregar o valor ao fiscal no local, por volta das 17h.

– Recebemos a denúncia e mobilizamos a equipe. Inicialmente, o suspeito ficou bastante desconfiado e chegou a questionar a nossa presença no local. Ele não chegou a pegar o dinheiro na hora e disse que voltaria mais tarde para pegar o valor total, já que as vítimas não tinham toda a quantia pedida previamente – afirmou o delegado.

O homem foi preso em flagrante e encaminhado à Central de Polícia para os procedimentos legais. De acordo com o delegado, ele será indiciado pelo crime de corrupção passiva dolosa.

– Mesmo que ele não tenho pego o dinheiro, quando ele pede, ele já incorre no crime – explica o delegado.

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O nome do fiscal não foi divulgado pela polícia, pois até a publicação desta reportagem ainda não havia sido oficializada a prisão em flagrante.

Ainda na noite desta sexta-feira, o presidente da Faema, Éder Boron, assinou a portaria que exonera o suspeito do cargo de gerente de fiscalização que ele ocupava na fundação.

Em nota, a administração municipal esclarece que "apesar de ter sido detido como suspeito pelo crime de corrupção ativa, trata-se de um ato infracional e criminoso, o qual o município repudia e não compactua". Confira a seguir a nota emitida pela prefeitura, na íntegra:

"A respeito da prisão de um servidor da Fundação Municipal do Meio Ambiente, nesta sexta-feira, 19, a Prefeitura de Blumenau vem a público esclarecer que, apesar de ter sido detido como suspeito pelo crime de corrupção ativa, trata-se de um ato infracional e criminoso, o qual o município repudia e não compactua.

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Dessa forma, a prefeitura explica que, apesar de ser considerado suspeito, devido à gravidade do fato, o servidor em questão foi imediatamente exonerado e um processo administrativo será instaurado para apurar as possíveis irregularidades. Se confirmado o ato criminoso, o servidor pode ainda ser punido com a proibição de assumir novamente um cargo público pelos próximos 10 anos. Recentemente, a medida foi aplicada a outros dois servidores, que comprovadamente cometeram irregularidades no uso das funções públicas.

Por fim, a Prefeitura reforça sua postura de transparência e disposição em colaborar com todas as demandas necessárias ao esclarecimento dos fatos e a responsabilização dos culpados".