Dores pelo corpo, inchaço, desconfortos, cólicas e alteração no humor são apenas alguns dos indesejados sintomas que a menstruação pode proporcionar mensalmente às mulheres. Por causa desses incômodos, cada vez mais elas estão optando por adotar métodos para interromper a menstruação. A ideia de cessar o ciclo menstrual é um assunto que rende debates, seja com as amigas ou entre os médicos, já que a menstruação exerce a importante função de preparar o corpo da mulher para engravidar, além de ser um sinal de que o organismo está saudável.

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De acordo com a ginecologista e obstetra Erica Mantelli, o primeiro passo de quem deseja parar de menstruar é procurar o ginecologista. A maioria dos métodos para interromper a menstruação pode provocar algum efeito colateral já que a falta dos hormônios femininos altera as funções do organismo e pode gerar danos à saúde como aumento de peso, retenção de líquido, entre outros.

– A mulher precisa passar por uma avaliação para o médico verificar se ela apresenta sintomas intensos de TPM (Tensão Pré-menstrual) que prejudiquem seu dia a dia. Existem algumas doenças que também se beneficiam com a suspensão da menstruação, porém essa decisão deve ser feita juntamente com o médico. Infelizmente muitas mulheres emendam uma cartela na outra ou tomam remédios sem orientação médica e podem apresentar graves problemas de saúde – explica.

Qual método posso usar?

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A ginecologista Erica Mantelli revela quais são os métodos mais utilizados pelas mulheres para suspender a menstruação:

? Injeção de progesterona

Após três meses utilizando o método, 60% das mulheres têm a menstruação suspensa.

– Essa injeção contém uma grande quantidade de progesterona, que fica depositada no organismo, sendo liberada em pequenas doses diárias – diz a ginecologista.

Vantagens: diminui a irritabilidade e agressividade. São muito úteis no tratamento de doenças crônicas que pioram durante a menstruação.

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Desvantagens: aumento de peso significativo e diminuição da libido.

? Implante subcutâneo

É um pequeno bastão semi-rígido contendo hormônio que é liberado diariamente em pequenas doses. Sua inserção é feita no braço e a validade é de três anos.

Vantagens: o implante consegue interromper a menstruação e também melhora os sintomas da TPM e endometriose.

Desvantagens: pode causar sangramentos indesejados e irregulares.

? Diu hormonal

O dispositivo intrauterino libera diariamente uma pequena dose de hormônio, durante cinco anos.

Vantagens: pode provocar amenorreia (interrupção da menstruação), diminuindo as dores da endometriose e das cólicas menstruais.

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Desvantagens: pode provocar sangramentos irregulares.

? Pílula de uso contínuo

São pílulas que contém a mesma dose de hormônio e são tomadas sem pausa.

– Caso a mulher tome a pílula de três a cinco meses, sem pausa, ela pode vir a sofrer sangramentos irregulares, além de outros sintomas como dor de cabeça, retenção hídrica e, em alguns casos, hipertensão – esclarece Mantelli.

Vantagens: podem ser usadas por mulheres que estão amamentando, pois não interrompe a lactação.

Desvantagens: pode não bloquear totalmente a ovulação e por isso a eficácia como anticoncepcional pode ficar prejudicada em mulheres que não estão amamentando.

? Análogo hormonal

É uma substância injetada por especialista, mensalmente, por via intramuscular ou subcutânea. Atua inibindo a produção dos hormônios pelos ovários.

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– Esse método é utilizado nos casos em que é aconselhável o bloqueio do ciclo menstrual. Na endometriose e na puberdade precoce, por exemplo, ou em mulheres com miomas ou doenças crônicas – indica a ginecologista.

Vantagens: consegue interromper a menstruação na maioria dos casos.

Desvantagens: a queda dos níveis hormonais pode desencadear os sintomas da menopausa, como calor, aumento de peso, redução da libido e da massa óssea. Não deve ser usado por mais de seis meses.

Menstruar ou não?

Interromper os ciclos menstruais mensais pode reduzir o risco de surgimento de endometriose, miomas uterinos, cistos de ovário, infertilidade causada por obstrução das tubas uterinas, câncer de mama, útero e ovário, além de amenizar as cólicas e auxiliar no combate à anemia e à tensão pré-menstrual.

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Para muitas mulheres a menstruação mensal também é sinal de perfeito funcionamento do seu organismo e muitas ficam preocupadas com a possibilidade de o uso constante de medicamentos causar infertilidade.

– Geralmente os métodos hormonais não causam infertilidade permanente. As mulheres que fazem uso de medicamentos para suspender a menstruação devem fazem um acompanhamento criterioso com seu ginecologista, para verificar as alterações indesejadas e controlar as taxas hormonais – alerta a médica.

Vale lembrar que esses tratamentos não são aconselhados para as mulheres fumantes, que têm problemas na tireóide ou que já tiveram trombose. Independente do tipo de medicamento escolhido para suspender a menstruação, todos contém hormônios que só devem ser utilizados com indicação médica, pois podem aumentar o risco de infarto, trombose, derrame e alguns tipos de câncer.

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