Sucedem-se os prefeitos e os governadores e a Ilha-Capital jamais se vê contemplada com alguma grande obra estruturante. Uma nova ponte? Um túnel submarino? Nada. É melhor fingir que a capital e o número de veículos não está crescendo. O drama da mobilidade urbana se perpetua no cotidiano da Ilha-Capital, sem que as autoridades se harmonizem em torno de uma decisão.
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Diagnósticos já tivemos mais de uma centena. Projeto-executivo, nenhum. Nada merece tanta prioridade quanto uma eleição – ou, como na maioria dos casos, uma reeleição. Aí, suas excelências têm todo o tempo do mundo, incluídas as férias de 60 dias no fim do ano. Recebo de um amigo a solução encontrada pelos governos da Suécia e da Dinamarca para a construção de uma ligação viária entre as duas nações. Para não prejudicar a navegação e evitar pontes pernaltas – o que prejudicaria a aproximação aérea – a solução encontrada foi “mergulhar”. Criaram uma ponte que vira túnel sobre (e depois, “sob”) o Estreito de Öresund, 16,4 quilômetros entre a costa dinamarquesa e o litoral sueco, dois países de severas legislações ambientais. Afundaram a rodovia no oceano e construíram um túnel submarino que, em um par de anos, resolveu o problema.
Seria um túnel submarino, ligando a Ilha ao Continente, mais funcional e factível do que a quarta ponte e seus aterros? A grande indagação a propósito do túnel é a ambiental: se os ecoteocratas não deixam a cidade plantar um simples trapiche, imaginem o assentamento de um túnel no fundo da baía. Por enquanto, prefeitura e governo do Estado decidiram não decidir, acreditando que a cidade não precisa de grandes obras de infraestrutura, pois seria ter “mais do mesmo”.
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Ora, o imobilismo da cidade não vai se curar por si mesmo. Os mandatários foram eleitos para decidir. No Brasil de hoje há “prefeitos” paralelos usurpando a função, sem terem obtido um único voto: são procuradores e ambientalistas que gostariam de assumir a administração pública. Na terra onde um túnel terrestre (o Antonieta de Barros) leva 10 anos para sair do papel, quanto levaria um “tatu” submarino?
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