As eleições de 2022 ao governo de Santa Catarina tiveram queda da participação de doações no financiamento das campanhas em relação ao pleito anterior. Neste ano, do volume total de receitas já declaradas pelos 10 candidatos (R$ 25,4 milhões), apenas 11,6% (R$ 2,9 milhões) vieram de pessoas físicas. Em 2018, isso ficou em 23,2%.
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A disputa anterior envolveu pouco mais de R$ 15,6 milhões arrecadados por oito candidatos, valor do qual R$ 3,6 milhões foram dados por apoiadores.
Em números exatos, o pleito de 2022 já tem R$ 2.966.130,70 de receitas de doadores declaradas até aqui. Já na última corrida eleitoral ao governo do Estado, esse volume foi 25% maior (R$ 3.635.111,53). Há que se considerar ainda que esse valor da eleição anterior é nominal, ou seja, carece de correção monetária.
Se corrigido o valor de 2018 pela inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acumulada de agosto daquele ano ao deste, ele equivaleria hoje a R$ 4.588.749,60.
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Os números levantados pelo NSC Total constam no DivulgaCand, sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os dados deste ano ainda carecem de consolidação, já que até aqui houve apenas uma declaração parcial das contas eleitorais.
A queda da participação popular no patrocínio das campanhas eleitorais até então também é marcada pelo sumiço dos financiamentos coletivos, as chamadas vaquinhas virtuais.
Candidatos ao governo de SC participam de podcast do NSC Total
Esse modelo de aporte foi uma novidade em 2018, um ano após ter sido aprovado por uma reforma eleitoral. Naquela ocasião, seis dos candidatos catarinenses declararam ter recebido, somados, R$ 215.760,20 com 22 vaquinhas. Já na eleição atual, não há repasse algum de financiamento coletivo declarado.
Apesar do menor aporte de apoiadores, candidatos deste ano já acumulam mais gastos do que em toda a eleição anterior, uma vez que também cresceu o volume de dinheiro vindo de fundos públicos para financiamento de campanha.
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Na eleição deste ano, o atual governador de Santa Catarina, Carlos Moisés (Republicanos), que busca a reeleição, é quem mais arrecadou com doações de pessoas físicas (R$ 1.846.160,00). Ele é também quem recebeu a maior doação única, de R$ 1 milhão.
Odair Tramontin (Novo) aparece na sequência, com R$ 424.110,00 arrecadados. Ele é quem teve maior número de doações, 77 no total, das quais, vale ponderar, 14 foram cedidas a priori ao partido e, em seguida, acabaram repassadas ao candidato.
Acesse o Guia das Eleições 2022 do NSC Total
Jorginho Mello (PP) e Jorge Boeira (PDT) surgem depois com os maiores volumes de financiamento de pessoas físicas, com R$ 421.910,70 e R$ 183.500,00, respectivamente. Vale destacar que, no caso do segundo deles, 94,5% do valor (R$ 173.500,00) foi doado pelo próprio candidato a si mesmo.
Moisés, Odair e Tramontim também financiam parte da própria campanha. Já Gean Loureiro (União Brasil), com R$ 35,5 mil arrecadados, declarou que 29,1% disso (R$ 10.340,00) veio da esposa, que cedeu um carro para uso nas eleições.
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Candidatos mais à esquerda foram os que menos conseguiram mobilizar recursos de doadores. Décio Lima (PT) e Alex Alano (PSTU) arrecadaram R$ 10,6 mil e R$ 3,6 mil, respectivamente. Já Leandro Brugnago (PCO) não declarou valor algum. Ralf Zimmer (Pros), de direita, também não recebeu aporte de pessoas físicas.
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