O crescimento de quase 45% da Caixa Econômica Federal, nos últimos 12 meses, foi impulsionado pela combinação da redução dos juros e do crédito recorde para a habitação. Em Santa Catarina, R$ 2,15 bilhões foram destinados ao financiamento de imóveis no primeiro semestre deste ano. O valor é 31,2% maior do que o concedido no mesmo período de 2011.
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Na Grande Florianópolis, a Caixa fechou 5.795 contratos de financiamento, 44,6% a mais comparado com os seis meses do ano passado.
O superintendente regional da Caixa, Jacemar Bittencourt de Souza, explica que, além do conhecido poder de atração da cidade, outro motivo para o bom desempenho da habitação foi o lançamento do Feirão da Caixa justamente na época em que os juros foram reduzidos e o prazo dos financiamentos ampliados.
A oitava edição do evento na Capital, em junho deste ano, terminou com movimentação recorde de R$ 598 milhões entre contratos assinados e encaminhados, cifra 45% superior à do ano passado.
Souza afirma que o grande filão do mercado imobiliário, na Grande Florianópolis, são os imóveis na faixa de R$ 100 mil a R$ 150 mil, direcionadas para famílias que ganham entre três e seis salários mínimos por mês.
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O superintendente da Caixa aconselha que, para quem quiser investir, imóveis até R$ 150 mil oferecem um retorno interessante com os aluguéis, uma vez que o valor de compra é acessível. Segundo Souza, os municípios de Palhoça, Biguaçu e Santo Amaro da Imperatriz são os melhores para encontrar estas oportunidades. Mas quem procura valorização deve focar nos imóveis da Ilha.
O balanço trouxe outra boa notícia. Enquanto, no Brasil, a inadimplência atingiu a marca recorde de 6%, em maio desse ano, a Caixa fechou o semestre com 2% de atrasos nos pagamentos superior a 90 dias. Para a habitação, a taxa é ainda menor, 1,4%.
Souza explica que, historicamente, a inadimplência em habitação, na Caixa, é baixa. Ele argumenta que o tipo de financiamento que puxou os atrasos nas contas para cima, neste ano, foi o de veículos, iniciados em 2010, quando o crédito e os prazos eram mais restritos.
A instituição espera fechar 2012 com o mesmo ritmo de crescimento, ampliando o número de agências.
Dívida com residência será paga em 25 anos
Seguindo as recomendações da sabedoria popular, o analista de vendas Theófilo Kuhmen, de 32 anos, casou e comprou uma casa. Em março deste ano, ele fechou negócio com a Caixa e adquiriu um imóvel de R$ 138 mil, na cidade de Palhoça.
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Com juros de 7,5% ao ano, o analista começou a pagar prestações de R$ 1 mil, aproximadamente, e terminará o prazo de 25 anos com parcelas de R$ 360. Theófilo acredita ter feito um bom negócio.
– O imóvel entrou no perfil dos que recebem subsídios da prefeitura, então consegui um abatimento na escritura. Também, apesar de não ter comprado a casa na nova tabela de juros, e de não ser beneficiado pelo Minha Casa, Minha Vida, acredito que esta taxa de juros é mais baixa do que a de outros bancos – disse.
O analista de vendas sempre procurou por uma casa em vez de apartamento porque, para ele, pagar o condomínio é como arcar com um aluguel. Theófilo nem chegou a buscar imóveis em Florianópolis, concentrando-se em Palhoça, por causa da diferença nos preços.
Com uma renda de R$ 3 mil mensais, o analista reclama do valor das prestações pagas atualmente. Outro problema é a distância do comércio e do trabalho. A casa de 59 m² fica a sete quilômetros do Centro da cidade, em um lugar de construções novas.
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Apesar das dificuldades, o analista comemora ter conseguido comprar sua casa própria, e espera pela queda contínua das parcelas para ter uma folga no orçamento.