A Santinvest, financeira catarinense controlada pela holding da Marisol, financiou R$ 200 milhões a empresas pequenas e médias no ano passado, o dobro do que realizou em 2012, e projeta expansão de 30% em 2014. A empresa planeja aumentar, em dois anos, das atuais 11 para 20 o número de unidades espalhadas pelo Estado. Para atingir os resultados, opera com agilidade na análise de crédito e só empresta recursos mediante garantias reais.

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No comando do negócio desde 2012 está Giorgio Donini. Graduado em engenharia elétrica e administração de empresas, ele fez pós-graduação nos Estados Unidos. Construiu toda a carreira profissional dentro do Grupo Marisol nas áreas industrial, de calçados e vestuário.

O COMEÇO

– A Santinvest surgiu em 1980 a partir do interesse de 157 empresários catarinenses que queriam fomentar o desenvolvimento. A Tupy foi uma das grandes incentivadoras.

O governo participava e fazia a interlocução institucional, o meio de campo. Em 1992, o governo do Estado deixou o negócio. A partir daí, o foco mudou. Em 1994, o Banco Central concedeu a carta-patente para que pudesse operar como instituição financeira. Atualmente, a holding e a própria Marisol controlam 72% da financeira. Em 2005, dominavam 52%. Os cinco principais acionistas são donos de 90% do total.

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EXPANSÃO

– O objetivo, em 2014, é crescermos 30% sobre a base apurada no ano passado, quando duplicamos os financiamentos concedidos. Estamos fazendo investimentos em tecnologia da informação e software de gestão ERP para evitarmos erros operacionais. Atender a pequenas e médias empresas e dar atenção máxima aos gestores das nossas novas unidades, que serão criadas, são prioridade.

CONSIGNADO

– Os financiamentos com crédito consignado dominavam os negócios. Eram rentáveis. Cobrava-se 4% ao mês, à época. Ninguém tinha esse produto. Hoje, isso não faz mais sentido. Só como exemplo, a Caixa Econômica Federal cobra ao redor de 1,3% ao mês. Não dá para ter este nicho como prioritário. A etapa seguinte da Santinvest foi voltar-se a emprestar para pequenas empresas.

ONZE UNIDADES

– Temos 11 unidades distribuídas por dez municípios localizados nas principais cidades-polo das diferentes regiões catarinenses. A meta é chegarmos a 20 unidades no prazo de dois anos.

VAREJO

– Também atuamos junto ao comércio. Temos financiado franquias da Marisol, mas também há um acordo operacional com a rede Breithaupt, que inclui clientes e a própria empresa.

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FRANQUIAS

– Em 2005, a holding da Marisol comprou a Santinvest. E um dos focos da instituição financeira foi atender aos franqueados das marcas da companhia têxtil, para que pudessem crescer a partir de capital de giro e abrir novos pontos de venda. O nicho foi aproveitado porque os bancos de relacionamento da companhia jaraguaense não quiseram participar.

PERGUNTA

– Nós, claro, não conseguimos competir com bancos na questão de tecnologia. Então, perguntamos aos diretores das grandes companhias: onde e em que teu banco não está te atendendo? Por exemplo, montamos produto específico, próprio, para a Tuper, de São Bento do Sul. O negócio está encaminhado.

INCERTEZAS

– O cenário para os próximos meses e início de 2015 é de extrema incerteza. O mercado está receoso e não vai assumir riscos altos. Nesta hora de dúvidas, faz parte do negócio identificar oportunidades boas. A Santinvest tem muito chão a percorrer. Bancos maiores já estão reduzindo linhas de crédito e, então, empresas precisam procurar outras instituições. Nós trabalhamos cliente a cliente. Não há preferência para financiar setores da atividade econômica.

CRÉDITO DOBRA

– A Santinvest cresceu mais de 100% no último ano, como resultado de um realinhamento estratégico. Em 2012, as operações de crédito representaram pouco mais de R$ 100 milhões. No último ano, fecharam em mais de R$ 200 milhões emprestados.

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INADIMPLÊNCIA

– O histórico de inadimplência é baixíssimo: 0,2% do faturamento. O mercado catarinense é bom pagador. De nossa parte, há muita cautela e austeridade na hora de decidir emprestar os recursos. Temos aversão ao risco. Só emprestamos para quem nos oferece garantia real. Isso é precondição. E o prazo máximo de financiamento é de 36 meses.

ESTRUTURADOS

– Também apostamos em operações estruturadas diferenciadas para atender a empresas de maior porte, como a Sulcatarinense, Schaefer Yacths, Doces Áurea, Karsten, Mannes, Shopping Lages, Sardagna, Menegotti Máquinas, Pandini, Vogelsanger, Breithaupt, N. Correa e Coque Sul, para citar algumas das importantes empresas do portfólio de clientes.

ESTRATÉGIA

– Em 2012, foi definida estratégia diferenciada baseada na agilidade de resposta ao cliente na análise de crédito. Se todas as informações cadastrais e técnicas são entregues, respondemos em até 48 horas. Outro vetor é a flexibilização no atendimento a pequenas e médias companhias.