A construção de duas barreiras entre um morro e o lado esquerdo da Ilha do Sossego, na localidade de Nova Rússia, em Blumenau, foi concluída no sábado pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Samae). As obras servem para impedir que a lama de um deslizamento antigo atinja o rio e dificulte o tratamento da água, que é captada pelo Samae poucos metros abaixo do local. Nos primeiros dias do ano, a água chegou barrenta para moradores do Distrito do Garcia por conta da turbidez excessiva.

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Com o término da construção das barreiras, o Ribeirão Garcia já corre pela margem esquerda da Ilha do Sossego e o leito do rio passa a depósito de terra. De acordo com o diretor de Operações do Samae, Maurício Carvalho Laus, além dos dois enrocamentos, foi desviado o curso do veio d?água que carregava ainda mais lama morro abaixo. Laus detalha que, antes da construção das barreiras, o braço de rio que sobrou, à direita da ilha, teve a largura e a profundidade ampliadas.

Moradora da Rua Santa Maria, e com a Ilha do Sossego aos fundos, Irene Willemann Wendelich, 54 anos, recorda que o morro começou a desmoronar com intensidade em setembro de 2011. Desde então, é comum que a terra obstrua o fluxo do rio. A microempresária ainda teme que as obras tenham abalado a estabilidade do enrocamento do terreno.

– Quero ver quando der uma chuva forte. Eles não têm noção do que é esse rio. Pode escrever que, quando encher, ele vai carregar o meu terreno. Isso se ele não represar, e é capaz de acontecer uma desgraça com quem mora mais para baixo.

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Laus garante que a obra foi calculada para que as águas escoem sobre os muros de contenção sem prejudicar as casas em caso de cheias.

– Nossa primeira preocupação foi com as pessoas que moram no entorno e, em segundo lugar, em como conter a lama. Mas, para saber se a obra vai funcionar, precisamos esperar um período de chuva mais intensa – assegura.

Já o deslizamento que ameaça a casa de Irene Wendelich é monitorado com frequência pelos moradores, pela Defesa Civil e pela Diretoria de Geologia. De acordo com o diretor responsável, Telmo Duarte, o monitoramento da região é constante porque o morro continua cedendo naturalmente. No entanto, Duarte assegura que o risco é controlável. Nesta terça-feira, agentes da Defesa Civil devem ir ao local verificar a situação após a intervenção do Samae.

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