Uma, duas, três, quatro, cinco vezes. Pela quinta vez está adiada a data para finalização das obras de revitalização do Largo da Alfândega, no Centro de Florianópolis. As melhorias são feitas com recursos do Governo Federal, por meio do Iphan, como parte das ações que integram o PAC Cidades Históricas, e se iniciaram em agosto de 2018 com prazo de um ano para estar conclusão.

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A última data anunciada para entrega oscilava entre 11 e 18 de janeiro. Técnicos acompanham as intervenções desde o início e, na medida da execução, fazendo os devidos ajustes junto ao Município, responsável pela execução. O valor inicial previsto foi de R$ 7,7 milhões. Neste período a empresa responsável pediu um aditivo de 20% no contrato.

Oficialmente, chuvas teriam levado a suspensão de alguns trabalhos e interferido no calendário. Além disso, a prefeitura alega que o projeto precisou ser refeito para atender aspectos históricos como forma de devolver à cidade um visual mais próximo possível do passado.

Além dessas ‘surpresas’, a prefeitura cita a recolocação de parte da iluminação interna e contratação de novas bombas para os cinco espelhos d’água. Se o próximo prazo for concretizado – antes do Carnaval – a prefeitura pensa numa estratégia de proteção com tapumes, especialmente, por causa dos espelhos d’água. Para os foliões ficaria liberada a área entre a Casa da Alfândega e a Avenida Paulo Fontes, assim como um corredor entre a Praça XV e o Mercado Público.

Já a finalização da obra de restauração do prédio da Alfândega está previsto, conforme Liliane Nizzola, superintendente do Iphan em Santa Catarina, para o final de 2020. No pacote também está incluída a Casa de Câmara.

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Entrevista – Liliane Nizzola, superintendente do Iphan em Santa Catarina

“O valor do aditivo foi custeado pelo Iphan, R$ 1 milhão, e R$ 700 mil pela prefeitura”

A obra de revitalização do Largo da Alfândega deveria ter sido entregue em agosto do ano passado. O que levou ao atraso?

Ao longo da obra, o projeto recebeu algumas alterações que exigiram o aditamento do prazo inicialmente previsto para sua finalização, como na execução dos espelhos d’água, nos achados arqueológicos da murada e da galeria subterrânea.

É um trabalho complicado?

Esses trabalhos possuem alto grau de complexidade e os próprios achados exigem cuidados específicos, como registros de todo o material coletado e a adaptação do projeto a fim de deixar as muradas aparentes.

Esse é um importante registro da história da cidade de Florianópolis.

Com valor inicial de R$ 7, 7 milhões, o projeto teve um aditivo de 20%. Este recurso público saiu do Iphan?

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A obra recebeu um aditivo de R$ 1,7 milhão, sendo que R$ 1 milhão foi advindo do Iphan e o restante como contrapartida da Prefeitura.

Fotografias antigas da cidade mostram o muro, assim como os acessos (trapiches) que serviam de acesso para as embarcações. No entanto, foram considerados ‘achados’?

Era sabido que esse material existia, mas o trabalho da arqueologia permite a precisão de informações importantes, a exemplo da localização exata da murada. Esse é um importante registro da história da cidade de Florianópolis. Tanto que a obra retoma essa linha d’água, apresentando-a com mais precisão e clareza, com a proposta de trazer de volta essa memória, para que as pessoas possam conhecer esse local e sua história.