A noite de terça-feira é sempre uma das mais aguardadas da Festa Nacional do Pinhão, em Lages, região Serrana de Santa Catarina, pois é quando, já por uma tradição do evento, ocorre a final da Sapecada da Canção Nativa.
Continua depois da publicidade
O evento é um dos principais festivais do gênero na América Latina e que revela, promove e premia os talentos da música tradicionalista. As canções falam da terra, da natureza, da lida campeira, da família e de amor.
A final da 20ª Sapecada da Canção Nativa começa às 20h30min desta terça-feira, no Palco Nativista do Parque de Exposições Conta Dinheiro. O ingresso custará R$ 10 e dará direito a um CD duplo do festival. O Grupo RBS transmite o evento, ao vivo e em alta definição, a partir das 20h, pelo blog Diário da Serra.
Sapecada é o nome de uma antiga prática dos moradores da Serra Catarinense, que ainda cultivam a tradição de assar o pinhão em grimpas (folhas secas) da araucária. O festival que leva o nome desta rústica maneira de se alimentar chega neste ano à 20ª edição e reúne os melhores e mais premiados músicos do gênero.
Continua depois da publicidade
:: Acompanhe a cobertura da Festa do Pinhão no Blog da Serra
Neste ano, a Sapecada recebeu 687 inscrições, das quais, somente 16 foram selecionadas. A estas, somam-se outras quatro composições, classificadas para a final desta terça-feira durante a 12ª Sapecada da Serra Catarinense, etapa regional do festival e que ocorreu no domingo à noite. Para a Sapecada da Serra foram inscritas 116 músicas, mas só 14 foram selecionadas.
O grande destaque foi um grupo que conquistou nada menos que cinco dos 12 prêmios distribuídos no domingo, incluindo o de primeiro lugar. Os jovens Índio Ribeiro, de 28 anos (letra, vocal e violão), Vitor Amorim, 22 (violão solo e vocal), Kiko Goulart, 27 (violão solo), Michel Martins, 25 (guitarrón) e Dani Porto, 29 (violino), emocionaram as 28 mil pessoas que foram à festa no domingo com a música Depois da Partida, uma composição de Índio Ribeiro em homenagem ao irmão, o ginete Ivan Ribeiro, que morreu afogado no fim do ano passado, aos 33, em Lages, ao salvar a vida do sobrinho Felipe Ribeiro, de 15 anos, a quem Índio já havia homenageado na última Sapecada com a canção Curumim.
– Eu queria escrever sobre o meu irmão e fiz essa música. Eu falo da saudade, da falta da amizade dele. E a Sapecada é o momento certo para fazer essa homenagem. Este é um dos melhores festivais de música nativista e reúne muita gente que eu admiro -, disse Índio, emocionado e aplaudido pela multidão.
Continua depois da publicidade
Após conquistar os prêmios de primeiro lugar, melhor letra, melhor conjunto vocal, melhor melodia e melhor arranjo, Depois da Partida está na grande final da 20ª Sapecada da Canção Nativa e vai em busca dos principais prêmios desta noite, de R$ 12 mil em dinheiro para o primeiro, R$ 5 mil para o segundo e R$ 3 mil para o terceiro lugar, além de quantias menores em dinheiro e troféus para a música mais popular, melhor intérprete, melhor instrumentista, melhor letra, melhor arranjo, melhor melodia, melhor conjunto vocal, melhor tema campeiro e melhor tema sobre a região serrana.
