Um representante da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), vindo de Brasília, será o responsável pela negociação entre os dois grupos que disputam o poder na aldeia Kondá, em Chapecó, no Oeste de Santa Catarina. O conflito entre o atual cacique e seus opositores causou uma briga generalizada no fim de semana, que terminou com a morte de uma pessoa e deixou outras 13 feridas.
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O membro da Funai chegou ao local nesta quarta-feira (20) para a rodada de negociação com ambos os grupos. Também participam da reunião a Polícia Militar (PM) e o Ministério Público Federal (MPF), além de outras autoridades.
Segundo a Funai, o conflito tem a ver com uma disputa de poder que dura mais de 30 dias no local. O coordenador regional do órgão, Adroaldo Antônio Fidelid, informou que o caso envolve opositores do atual cacique, que não reconhece o resultado das últimas eleições internas. Já a oposição diz que vem sofrendo ameaças de expulsão dentro da aldeia.
Enquanto as conversas ocorrem, os indígenas seguem acolhidos no Ginásio Municipal Ivo Silveira, em Chapecó. Até esta quarta-feira (20), 340 pessoas, entre crianças, adultos e idosos, estavam no local. Ainda não há previsão de quando eles devem deixar o abrigo, segundo a prefeitura.
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Em reunião na terça (19), o governo de SC anunciou o envio de reforço de policiais militares para a aldeia Condá e arredores. O objetivo é que eles atuem junto aos agentes locais que já trabalham na segurança da comunidade.
— Estamos atendendo determinação do governador Jorginho Mello preocupado com a violência e o grave distúrbio que ocorreu na aldeia Condá e nos reunimos com as forças de segurança de SC, o procurador da República e a Polícia Federal. Pretendemos o mais rápido possível encontrar soluções para que a aldeia volte à tranquilidade — afirma o secretário de Estado da Segurança Pública de Santa Catarina, Paulo Cezar Ramos de Oliveira.
O que se sabe e o que falta saber sobre o conflito em aldeia indígena de SC com morte e feridos
Entenda o caso
O conflito ocorreu na manhã deste domingo (16), na Aldeia Kondá, localizada a 15 quilômetros de Chapecó. Uma festa ocorria na aldeia quando indígenas de um grupo opositor ao atual foram até o espaço, o que deu início a uma briga generalizada.
Durante a confusão, 17 casas e cinco veículos foram incendiados. Ao menos 11 pessoas ficaram feridas — sendo que um permanece internado — e uma foi morta. Segundo o Corpo de Bombeiros Militar, houve troca de socos, pontapés, pedradas e uso de arma de fogo.
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Um inquérito foi aberto pela Polícia Federal para apurar o caso. Procurado pela reportagem, o órgão afirmou que só irá se manifestar sobre o caso após a conclusão do relatório final.
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