Tudo Pode Dar Certo

(Whatever Works) – De Woody Allen. Com Larry David e Evan Rachel Wood. Funcionou bem a parceria de Allen com o comediante de televisão Larry David, que aqui interpreta um velho rabugento com dificuldades de se relacionar com o mundo ao seu redor. Trata-se de uma variação do alter ego do cineasta, mas aqui com um radical desprezo pelas limitações alheias – seu encontro com os parentes conservadores da jovem sulista de quem ele se aproxima é impagável. Comédia, EUA, 2009, 92min. Telecine Cult, sábado, 13h55min

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Bravura Indômita

(True Grit) – De Ethan e Joel Coen. Com Jeff Bridges e Josh Brolin. Não é o melhor dos irmãos Coen, mas nem pense em dar pelota para quem diz que eles fizeram um remake sem personalidade da história de vingança de uma menina de 14 anos (Hailee Steinfeld) num oeste menos hostil do que se imagina. Não é uma refilmagem, e sim uma nova adaptação de uma história de matriz literária (o romance de Charles Portis, que rendeu um longa de Henry Hathaway em 1969). Faroeste, EUA, 2010, 110 min. TNT, sábado, 14h50min

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Kill Bill – Vol. 1

De Quentin Tarantino. Com Uma Thurman, Lucy Liu, Daryl Hannah e David Carradine. Este volume 1 tem ritmo melhor do que o 2. Trata-se de uma história de vingança levada às últimas consequências (quando não há vingança nos longas de Tarantino?), mas o que importa é aquela capacidade única do cineasta de provocar tensão e regozijo no espectador a partir do apelo à memória afetiva despertado por filmes e estilos que marcaram a história do cinema. A chacina do casamento, que levou a protagonista a se vingar, é puro western spaghetti. Sua jornada brinca com os códigos das produções orientais de kung fu. Tudo com uma cara contemporânea. Ação, EUA, 2003, 111min. Telecine Action, sábado, 16h15min

Além da Estrada

(Por el Camino) – De Charly Braun. Com Esteban de Colombi e Jill Mulleady. Um dos mais notáveis exemplos do vigor do novíssimo cinema brasileiro. Na verdade, este primeiro longa do carioca Carlos Braun, o Charly, que estudou cinema nos EUA e passou parte da infância no Uruguai, é uma coprodução com o pequeno país do sul. Além da Estrada narra o encontro de um jovem argentino com uma garota belga que pede carona para ele no caminho da província de Rocha, onde ficam as terras que ele herdou. Trata-se de um road movie afetivo, construído a partir de um roteiro mínimo e da aposta na transformação espontânea que só a estrada é capaz de provocar. Tudo isso pontuado por imagens de paisagens belíssimas, canções de Kevin Johanssen e uma participação especial da modelo Naomi Campbell. Um filme tão simpático, dotado de uma energia tão acolhedora, que nem seus pequenos defeitos são capazes de minimizar o prazer cinéfilo que ele proporciona. Drama, Uruguai/Brasil, 2010, 85min. Canal Brasil, sábado, 22h

Volver

De Pedro Almodóvar. Com Lola Dueñas, Yohana Cobo e Carmen Maura. Um dos melhores melodramas do cineasta, Volver tem uma de suas grandes personagens femininas – a mãe coragem que deu a Penélope Cruz um dos papéis de sua vida. Ela sintetiza a figura da mulher forte e inspiradora tão recorrente na filmografia de Almodóvar, aqui inserida numa jornada através de três gerações de uma família espanhola. Drama, Espanha, 2006, 121min. Telecine Cult, sábado, 23h50min

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Apertem os Cintos… O Piloto Sumiu!

(Airplane!) – De Jim Abrahams e David Zucker. Com Robert Hays, Julie Hagerty e Leslie Nielsen. Fez grande sucesso na década de 1980 esta paródia dos filmes de catástrofe na qual um ex-piloto de guerra neurótico é forçado a assumir o comando de um voo comercial quando, como indica o título, o títular da função sofre um problema de saúde. Algumas piadas são ótimas, e o mega-astro do Los Angeles Lakers, o jogador de basquete Kareem Abdul-Jabbar, é uma atração à parte no elenco. Um autêntico clássico da era de ouro das paródias. Comédia, EUA, 1980, 88min. Studio Universal, domingo, 20h e 23h50min

A Casa de Alice

De Chico Teixeira. Com Carla Ribas e Zécarlos Machado. É uma grande personagem do cinema brasileiro recente a manicure de 40 e poucos anos, mulher de um taxista infiel que vive numa região da periferia de São Paulo. A Alice composta pela atriz Carla Ribas dá conta de uma complexidade bem distante do que os estereótipos sugerem. Não que o filme não tenha defeitos. Suas qualidades, no entanto, superam todos eles. Drama, Brasil, 2007, 92min. Arte 1, domingo, 20h15min

Arizona Nunca Mais

(Raising Arizona) – De Ethan e Joel Coen. Com Nicolas Cage, Holly Hunter, Trey Wilson, William Forsythe e John Goodman. Casal de criminosos atrapalhados sequestra um dos gêmeos quíntuplos de um milionário, o que desencadeia confusões diversas e sequências capazes de provocar ataques de riso no espectador. Trata-se de uma das melhores comédias escrachadas (aquelas que se bastam pela bobajada) dos irmãos Coen. E o cabelo de Nicolas Cage está, como dizer, inesquecível. Comédia, EUA, 1987, 94min. Telecine Cult, domingo, 22h

Síndromes e um Século

(Sang Sattawat) – De Apichatpong Weerasethakul. Com Nantarat Sawaddikul. Filme de narrativa simples e ao mesmo tempo complexa, este é um dos exemplares mais instigantes da filmografia do cultuado cineasta tailandês. O longa é dividido em duas metades, com tramas diferentes mas repletas de situações que se repetem, quase todas localizadas em um hospital. A narrativa evoca lembranças do próprio diretor, filho de médicos que cresceu nesse ambiente, e o paralelo entre ações e diálogos semelhantes porém separados pelo tempo faz pensar em como funciona a construção da memória – e dos afetos que advêm dela. Belo filme. Drama, Tailândia/França, 2006, 105min. Futura, domingo, 22h

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