Dzi Croquettes
De Raphael Alvarez e Tatiana Issa. Bom documentário brasileiro recente, narra a trajetória do grupo teatral homônimo, símbolo da contracultura ao confrontar a ditadura militar com seus espetáculos de forte apelo sexual que quebraram tabus e se tornaram míticos no cenário teatral nacional, atraindo inclusive a atenção da vanguarda de Paris. Documentário, Brasil, 2010, 110min. Canal Brasil, sábado, 13h05min
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Gran Torino
De e com Clint Eastwood. O velho Clint anunciou que este seria seu último projeto como ator, o que não cumpriu, afinal, acabou cedendo aos apelos de seu parceiro Robert Lorenz para atuar em Curvas da Vida (2012). De todo modo, é um dos mais tocantes retratos da velhice e do anacronismo de um tipo personificado por Eastwood que aqui aparece como um sujeito de outra época, cheio de dificuldades para lidar com os novos tempos, estes de multiculturalismo, informalidades e noções diferentes de honra do que aquelas que ele, um militar aposentado, conhecera em sua formação. Nos EUA e na Grã-Bretanha, Gran Torino registou o maior sucesso de público entre as mais de 30 produções dirigidas pelo mestre. Faz sentido: é um de seus melhores filmes, ainda que não tenha o apelo de As Pontes de Madison (1995), a consagração de Menina de Ouro (2004) e o significado histórico de Os Imperdoáveis (1992). Drama, EUA, 2008, 116min. HBO 2, sábado 14h15min
Filmes narram vidas turbulentas de Bessie Smith e Nina Simone
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Alemão ‘Phoenix’, que pode ser visto no Guion Center, é um filmaço
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Ratatouille
De Brad Bird. Uma animação de alta carga dramática – produzida pela Pixar, claro. Conta a história de um ratinho órfão simpático, de paladar e olfato apurados, que não quer comer restos e se aventura na cozinha de um restaurante de Paris. O visual é elaborado: carrega referências de estilos como o gótico (notadamente na figura do crítico gastronômico Antom Ego). Animação, EUA, 2007, 111min. Telecine Fun, sábado 19h50min
Pina
De Wim Wenders. Bela homenagem do cineasta alemão à revolucionária coreógrafa e sua conterrânea Pina Bausch (1940 – 2009), a partir dos depoimentos de bailarinos que trabalharam com ela. O 3D se revelou adequado ao projeto ao levar o espectador a se sentir praticamente dentro da cena, inclusive com os sentidos aguçados, já que grande parte do trabalho de Pina se constrói a partir de elementos orgânicos como a terra e a água. Mas o filme se mantém rico na tela pequena de duas dimensões: a forma como as entrevistas são ilustradas, com imagens dos entrevistados em silêncio, grande sacada do diretor de Paris, Texas (1984) e Asas do Desejo (1989) para aumentar a dramaticidade de suas falas, independe do 3D. Documentário, Alemanha/França/Grã-Bretanha, 2011, 103min. Curta!, sábado, 22h
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Across the Universe
De Julie Taymor. Com Evan Rachel Wood e Jim Sturgess. Belo e inventivo musical, recheado com releituras das canções dos Beatles, que conta a história tocante de um garoto inglês em viagem aos EUA em busca do pai. Ele, o garoto, se chama Jude. E a menina pela qual se apaixona, Lucy. Juntos, eles vivem as mudanças comportamentais dos anos 1960, além de testemunharem os históricos protestos contra a Guerra do Vietnã. O visual do filme é inspirado (emula o espírito e as cores da época), e os números musicais são todos bons, inclusive pela qualidade dos atores-cantores. Musical, EUA/Grã-Bretanha, 2007, 133min. Sony, madrugada de sábado para domingo, 0h30min
O Jardineiro Fiel
(The Constant Gardener) – De Fernando Meirelles. Com Ralph Fiennes e Rachel Weisz. Primeiro filme de Meirelles em língua inglesa, realizado logo após Cidade de Deus (2002), é uma bela adaptação do romance de John Le Carré. O personagem de Fiennes (em ótima atuação) investiga a morte de sua mulher. Ela era uma ativista, mas a política, aqui, está inexoravelmente atrelada às questões sobre relacionamentos. Drama, Grã-Bretanha/Alemanha, 2005, 129min. Telecine Touch, domingo, 15h45min
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Ferrugem e Osso
(De Rouille et d?Os) – De Jacques Audiard. Com Marion Cotillard. Em 2009, o diretor Audiard chamou a atenção do mundo com O Profeta. Seu filme seguinte mantém o alto nível, voltando a falar da capacidade de adaptação do homem a determinadas circunstâncias. Aqui, a atriz francesa que venceu o Oscar por Piaf (2007) impressiona como uma treinadora de orcas que sofre um trágico acidente – e se reinventa estabelecendo uma parceria surpreentente com um lutador de rua (o igualmente ótimo Matthias Schoenaerts). Drama, França/Bélgica, 2012, 120min. Max, domingo, 18h50min
Crítico
De Kleber Mendonça Filho. Antes de O Som ao Redor (2012), o crítico e cineasta pernambucano, habitué do Festival de Cannes, fez uma bateria de entrevistas, muitas delas no evento francês, que discutem o cinema a partir do conflito entre o realizador e o observador que se propõe a refletir sobre os filmes. O diálogo é interessantíssimo. Documentário, Brasil, 2010, 75min. Curta!, domingo, 20h15min
Desejo e Reparação
(Atonement) – De Joe Wright. Com James McAvoy, Keira Knightley e Saoirse Ronan. Boa adaptação da obra de Ian McEwan, este drama britânico da época da II Guerra se constrói de maneira engenhosa a partir de fragmentos da memória de uma escritora que, quando jovem, cometeu um erro referenciado no título original (“atonement” significa “reparação”). O tal erro tem a ver com o “desejo” acrescido ao nome que o filme recebeu no Brasil, mas o melhor é apreciar a história sem pistas prévias – as nuanças de interpretação e as informações dispostas aos poucos são suficientes para a fruição plena. Para além do rigor da mise en scène, preste atenção no esplendor dos figurinos de Jacqueline Durran, na música de Dario Marianelli, que incorpora de maneira orgânica o som da máquina de escrever, e no plano-sequência que registra a chegada do personagem de McAvoy à praia de Dunkirk, onde testemunha o horror da guerra. Drama, Grã-Bretanha, 2007, 117min. Studio Universal, domingo, 22h50min