Django Livre

(Django Unchained) – De Quentin Tarantino. Com Jamie Foxx, Leonardo DiCaprio, Kerry Washington, Christopher Waltz e Samuel L. Jackson. Bela homenagem de Tarantino aos spaghetti westerns, filmes italianos que fizeram reviver o gênero norte-americano por excelência – e ao ator Franco Nero, do clássico Django (1966). Django Livre pode ser irregular em sua longa duração, mas diverte todos os tipos de público, além de ser contundente em sua trama de vingança violenta contra a opressão dos senhores de escravo de alguns séculos atrás. Compõe um díptico interessante com Os Oito Odiados (2015), em cartaz nos cinemas: ambos examinam os Estados Unidos de uma época marcante – os anos imediatamente anteriores e posteriores aos da Guerra Civil que marcou o país (1861 – 1865). Faroeste, EUA, 2012, 165min. Max Prime, sábado, 16h15min

Continua depois da publicidade

Leia todas as críticas e notícias de cinema em ZH

Continua depois da publicidade

O Homem das Multidões

De Cao Guimarães e Marcelo Gomes. Com Paulo André e Sílvia Lourenço. “Filme-Instagram”, assim definido por Cao Guimarães pelo formato quadrado da tela, este belo longa livremente inspirado na obra de Edgar Allan Poe marca a união de dois nomes de destaque do cinema nacional contemporâneo. O título faz referência a um solitário condutor do metrô de Belo Horizonte, mas a trama é a do seu encontro com uma mulher um tantinho mais sociável – que, no entanto, prefere ter relações pelo mundo virtual. Drama, Brasil, 2013, 93min. Max Up, sábado, 16h20min

Wall-E

De Andrew Stanton. Após entulhar a Terra de lixo e poluir a atmosfera com gases tóxicos, a humanidade deixou o planeta e passou a viver em uma gigantesca nave. A imagem de homens e mulheres obesos e isolados impressiona. Antes de vê-los, no entanto, ficamos ainda mais impressionados com Wall-E, o último robô deixado para limpar a Terra, que só se mantém em funcionamento graças à capacidade de se autoconsertar. Vamos nos encantar com ele e, veja só, sentir junto a sua paixão por Eva (atenção a este nome), uma robô do sexo feminino enviada numa nave em missão na Terra. Tem gente, como este escriba, que já se deixa tocar lendo a sinopse. Imagina vendo o filme. Trata-se de um programão para crianças dos 8 aos 80 anos, emocionante como as mais imaginativas fábulas infantis, profundo como os dramas mais existencialistas. Animação, EUA, 2010, 98min. Telecine Fun, sábado, 17h55min

Confira tudo sobre o Oscar 2016

O Lugar Onde Tudo Termina

(The Place Beyond the Pines) – De Derek Cianfrance. Com Bradley Cooper e Eva Mendes. Muito bom filme, menos badalado do que merece, que marca o reencontro do diretor Cianfrance com Ryan Gosling dois anos após Namorados para Sempre, que eles fizeram juntos e que foi lançado em 2010. Ousado na forma, O Lugar Onde Tudo Termina tem duas bruscas quebras narrativas, como se fosse dividido em três partes, que se completam para contar a ciranda de tragédias envolvendo um policial e um criminoso andando sobre uma linha tênue entre o bem e o mal. A trama começa quando o personagem de Gosling, um motoqueiro do chamado Globo da Morte, reencontra uma velha paixão e descobre ter um filho. Resolve largar a vida mambembe e se estabelecer perto da nova família, mas acaba entrando no mundo do crime, o que dá início a uma série de acontecimentos amarrados de maneira pouco tradicional e muito eficiente pelo promissor diretor e roteirista de 42 anos. Drama, EUA, 2012, 140min. Max Prime, noite de sábado para domingo, 0h

Continua depois da publicidade

Garota Exemplar

(Gone Girl) – De David Fincher. Com Rosamund Pike e Ben Affleck. Já este filme tem seus fãs, e consagrou sua atriz principal com uma indicação ao Oscar. Mas não se pode dizer que é totalmente bem-sucedido. Adaptação do romance de sucesso de Gillian Flynn, narra o sumiço de uma mulher – e a desconfiança geral sobre o papel de seu marido no episódio. O roteiro pode ser engenhoso, mas carrega uma moral tola e, no fim das contas, uma dramaturgia vazia. Suspense, EUA, 2014. 135min. Telecine Pipoca, madrugada de sábado para domingo, 2h10min

Leia também: as notícias e as reportagens de TV

Sweeney Todd – O Barbeiro Demoníaco Da Rua Fleet

(Sweeney Todd) – De Tim Burton. Com Johnny Depp. Incursão curiosa e muito interessante da dupla Burton-Depp pelo gênero musical, este filme de visual inspirado (ganhou o Oscar de direção de arte) narra a história de Benjamin Barker, homem preso injustamente durante 15 anos que, quando consegue a liberdade, reabre sua barbearia e assume a identidade de Sweeney Todd, com a qual busca consumar sua vingança. Drama/Musical, EUA/Grã-Bretanha, 2007, 116min. Max Prime, domingo 13h35min

Cópia Fiel

(Copie Conforme) – De Abbas Kiarostami. Com Juliette Binoche e William Shimell. A primeira impressão pode ser de estranhamento, mas Kiarostami é tão hábil, e La Binoche, tão magnetizante, que as pouco menos de duas horas deste filmaço passam rapidinho e a sensação que ele deixa é, no mínimo, a daquele bom instigamento que te dá subsídios para pensar profundamente sobre as questões abordadas – no caso, os papéis sociais de cada um, a construção de uma história a partir daquilo que se vê e, consequentemente, o que é real e o que não passa de simulacro. Uma forma de entrar na trama é entender que, antes da sequência-chave do café, ela se constrói a partir da visão de um dos dois personagens em cena, e, depois, de outro. Mas o longa funciona de outras maneiras a serem descobertas pelo espectador, inclusive como um filme-homenagem ao clássico Viagem à Itália (1954), de Rossellini, pai do neorrealismo italiano e fonte primária na qual beberam todos os grandes cineastas do Irã contemporâneo, Kiarostami inclusive. Drama, França/Itália, 2010, 106min. Arte 1, noite de domingo para segunda, 0h

Continua depois da publicidade

Melancolia

(Melancholia) – De Lars von Trier. Com Kirsten Dunst, Charlotte Gainsbourg e Kiefer Sutherland. Nem Jack Bauer, literalmente (não foi à toa que Von Trier escolheu o protagonista da série 24 Horas para este papel), consegue salvar o apocalipse vislumbrado pelo talentoso, apesar de irregular e demasiada e exageradamente polêmico cineasta dinamarquês (de Dogville e Dançando no Escuro). Na primeira metade, a câmera muito nervosa lembra seus tempos de Dogma 95. Na segunda, o longa cresce – é transcendental para alguns, não tão empolgante para outros, um bom exercício estético na opinião deste escriba. As polêmicas durante o seu lançamento, no Festival de Cannes de 2011 (quando o diretor exagerou em sua tentativa de fazer barulho falando bobagens sobre o Holocausto), prejudicaram o debate em torno do que realmente importa – sua reflexão sobre o fim, que de certo modo compõe um díptico com seu título anterior, Anticristo (2009), uma espécie de ensaio bíblico de temática oposta: a gênese de tudo. Drama/ficção científica, Dinamarca/França/Alemanha, 2011, 106min. Telecine Cult, madrugada de domingo para segunda, 0h55min