A Lula e a Baleia

(The Squid and the Whale) – De Noah Baumbach. Com Jeff Daniels e Laura Linney. Entre as muitas produções independentes norte-americanas sobre a crise da família no mundo contemporâneo, esta é uma das melhores. Narra o impacto da separação de um casal cheio de idiossincrasias sobre os filhos adolescentes – o mais velho vivido por um novíssimo Jesse Eisenberg. A Lula e a Baleia segue sendo, até hoje, o grande filme de seu (já nem tão) jovem e (ainda muito) badalado diretor. Drama, EUA, 2005, 81min. Max, sábado, 22h

Continua depois da publicidade

Leia todas as notícias de cinema em ZH

O Lugar Onde Tudo Termina

Continua depois da publicidade

(The Place Beyond the Pines) – De Derek Cianfrance. Com Bradley Cooper, Eva Mendes e Ben Mendelsohn. Muito bom filme, que marca o reencontro do diretor Cianfrance com Ryan Gosling dois anos após Namorados para Sempre (2010). Ousado na forma, O Lugar Onde Tudo Termina tem duas bruscas quebras narrativas, como se fosse dividido em três atos, que se completam para contar a ciranda de tragédias envolvendo um policial e um motociclista criminoso andando sobre uma linha tênue entre o bem e o mal. Drama, EUA, 2012, 140min. Max Prime, sábado, 22h

12 Anos de Escravidão

(12 Years a Slave) – De Steve McQueen. Com Chiwetel Ejiofor. É bem impressionante a mise en scène deste longa de McQueen (do excelente Hunger e do nem tanto Shame). Mas sua consagração, com o Oscar inclusive, tem de ser vista também por sua importância política: a tragédia de Solomon Northup, homem livre feito escravo por um inescrupuloso senhor de terras nos EUA do século 19 (Michael Fassbender, ótimo nos outros dois longas do diretor) virou referência no estudo da escravidão naquele país. O trabalho dos atores, especialmente Lupita Nyong?o, é bem impressionante. Drama, EUA, 2013, 134min. Telecine Touch, madrugada de sábado para domingo, 0h15min

César Deve Morrer

(Cesare Deve Morire) – De Paolo e Vittorio Taviani. Baita filme de retorno à boa forma dos irmãos Taviani (de Pai Patrão e Kaos), que acompanha a encenação de Júlio César, de Shakespeare, numa cadeia dos arredores de Roma. Entre o drama e o documentário, desponta inapelável o efeito da descoberta da arte nos rostos de criminosos condenados – e nem tão perdidos assim, você vai ver. Drama/documentário, Itália, 2012, 76min. Telecine Cult, madrugada de sábado para domingo, 0h30min

Continua depois da publicidade

Confira outras notícias de televisão em ZH

Drugstore Cowboy

De Gus van Sant. Com Matt Dillon e Kelly Lynch. Eis uma rara oportunidade para ver um dos filmes que alçaram Van Sant à condição de um dos diretores mais cultuados do cinema independente norte-americano pós-John Cassavettes. O filme é de 1989 (sucede sua estreia, com Mala Noche), mas se passa no iniciozinho dos anos 1970, período pós-cultura hippie, quando um grupo de viciados em drogas sobrevive assaltando farmácias. Dillon está ótimo, mais maduro do que o Rusty James que encarnou em O Selvagem da Motocicleta (1983), absolutamente bem-sucedido ao dar complexidade ao “drugstore cowboy” do título – personagem baseado na autobiografia de James Fogle. E a direção carrega uma amoralidade que faz muita falta em tantos outros títulos sobre o mesmo tema. Van Sant deixaria claro em longas posteriores, a exemplo de Elefante (2003), Paranoid Park (2007) e Inquietos (2011): a maturidade no tratamento de assuntos delicados é uma de suas marcas mais admiráveis. Drama, EUA, 1989, 102min. Telecine Cult, madrugada de sábado para domingo 1h55min

Era uma Vez no Oeste

(C?Era una Volta il West) – De Sergio Leone. Com Claudia Cardinale, Henry Fonda, Charles Bronson e Jason Robards. Do Kill Bill (2003) de Quentin Tarantino ao ensaístico brasileiro Sudoeste (de Eduardo Nunes, 2012), são tantos os filmes que prestam tributo, em uma sequência que seja, à abertura deste clássico do spaghetti western, que ela se tornou uma das mais icônicas do cinema no século 20. Os mais de 20 minutos à espera de um duelo sintetizam os preceitos de Leone e do próprio movimento de resgate dos faroestes promovido na Itália nos anos 1960. Mas tem mais. Na trama sobre os destinos cruzados de uma ex-prostituta, dois pistoleiros e o lendário personagem chamado Harmônica (Bronson), a sede de sangue se confunde com a ganância sem limites, o que ajuda a entender a aura pessimista simbolizada no título original em italiano – “Era uma vez o Oeste”, alusão a um tempo/lugar no qual predominam valores que acabaram ficando para trás. Faroeste, Itália/EUA, 1968, 180min. TCM, domingo, 17h

O Selvagem da Motocicleta

(Rumble Fish) – De Francis Ford Coppola. Com Matt Dillon, Mickey Rourke e Dennis Hopper. Pequeno grande filme de Coppola sobre a idealização de um irmão mais velho pelo mais jovem em meio ao culto aos motoqueiros rebeldes dos anos 1950 e 60. Rourke, como o personagem referido no título, está no auge, e Dillon, como seu mano caçula, protagonista da história, tem muito boa atuação. Tom Waits e Flea, do Red Hot Chili Peppers, aparecem rapidamente, assim como um novinho e irreconhecível Nicolas Cage. A bela fotografia de Stephen H. Burum, em preto e branco com detalhes em cor na metade final, é um de seus pontos altos. Mas sua força está na capacidade de condensar os conflitos familiares e geracionais (o pai, interpretado por Dennis Hopper, é fundamental na construção dramática), algo que Coppola já havia feito em um filme semelhante (Vidas sem Rumo), adaptado do mesmo escritor (S.E. Hinton) e lançado poucos meses antes (no mesmo ano de 1983). Drama, EUA, 1983, 94min. Telecine Cult, domingo, 20h10min

Continua depois da publicidade

A Festa da Menina Morta

De Matheus Nachtergaele. Com Jackson Antunes e Daniel de Oliveira. Nachtergaele estreou na direção com este filme poderoso sobre a vida de um garoto que se tornou uma espécie de santo num vilarejo amazônico isolado ao encontrar, na boca de um cachorro, os restos do vestido de uma menina desaparecida. A fotografia de Lula Carvalho, com uma paleta verde-água que emula a atmosfera do lugar, é belíssima. E Daniel Oliveira está ótimo como o protagonista. Drama, Brasil, 2008, 117min. Canal Brasil, madrugada de domingo para segunda, 0h