O Escritor Fantasma
(The Ghost Writer) – De Roman Polanski. Com Ewan McGregor e Pierce Brosnan. O grande filme de Polanski desde O Pianista (2002) chamou a atenção por ser aquele que o cineasta finalizou em prisão domiciliar na Suíça, mas sobreviverá como um de seus mais notáveis trabalhos. Trata-se de um suspense sobre um ghost writer que é contratado para substituir um escritor que morreu em circunstâncias misteriosas enquanto escrevia as memórias do primeiro ministro britânico. Se a figura do político de cara faz lembrar Tony Blair, seus segredos e métodos contestáveis o aproximam também de figuras como George W. Bush. Para além de sua coragem política, O Escritor Fantasma é um ótimo exercício de gênero: com seu visual frio e seus enquadramentos a ressaltar a opressão em que vive o protagonista, constitui-se um thriller psicológico dos mais envolventes dos últimos tempos. Suspense, Grã-Bretanha, 2010, 128min. Telecine Cult, 13h45min
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O Jardineiro Fiel
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(The Constant Gardener) – De Fernando Meirelles. Com Ralph Fiennes e Rachel Weisz. Primeiro filme de Meirelles em língua inglesa, realizado logo após Cidade de Deus (2002), é uma bela adaptação do romance de John Le Carré. O personagem de Fiennes (em muito boa atuação) investiga a morte de sua mulher. Ela era uma ativista, mas a política, aqui, está inexoravelmente atrelada às questões sobre relacionamentos. Drama, Grã-Bretanha/Alemanha, 2005, 129min. Telecine Touch, 17h05min
Budapeste
De Walter Carvalho. Com Leonardo Medeiros. Grande fotógrafo do cinema nacional, Carvalho se aventurou a adaptar a complexa – rica porém difícil – obra literária de Chico Buarque. A vida dupla do protagonista, dividido entre a mulher brasileira (Giovanna Antonelli) e uma nova paixão húngara (Gabriella Hámori), a vontade de fazer poesia e o porto seguro representado pelo trabalho como ghost writer, permitem um rico jogo de espelhos – que no entanto é melhor explorado no livro original. Mas o filme é interessante, e seu ator principal, ótimo. Drama, Brasil, 2008, 113min. TCM, 18h35min
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Cabra Marcado para Morrer
De Eduardo Coutinho. Oportunidade para ver aquele que é unanimemente tido como o grande documentário brasileiro do século 20. Originalmente, Coutinho faria um longa de ficção sobre o assassinato de um líder camponês por parte de latifundiários. Só que as filmagens foram violentamente interrompidas pelos agentes da ditadura militar, nos anos 1960. Vinte anos depois, o projeto foi retomado como um filme não ficcional sobre o acontecido – e os grandes personagens envolvidos com a história. A participação ativa do autor, a transparência de sua relação com esses personagens, a profundidade das reflexões que provoca, políticas e sociais, tudo isso faz de Cabra… um filme único. Imperdível. Documentário, Brasil, 1984, 119min. TV Brasil, 0h30min.
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O Ato de Matar
(The Act of Killing) – De Joshua Oppenheimer. Instigante e muito impactante documentário no qual o diretor norte-americano faz os agentes de milícias ligadas ao governo da Indonésia recriarem – sem nenhum remorso e, pior, em tom de deboche – seus crimes políticos contra opositores do regime ditatorial que assumiu o país após um golpe em 1965 (sua superpremiada sequência, a partir do ponto de vista das vítimas, digamos assim, chama-se O Peso do Silêncio e está indicada ao Oscar deste ano). Calcula-se que mais de 1 milhão de pessoas foram torturadas e executadas. Documentário, Dinamarca/Grã-Bretanha/Noruega, 2012, 117min. Max Up, 1h30min