O MESTRE

(The Master) – De Paul Thomas Anderson. Com Joaquin Phoenix, Amy Adams e Philip Seymour Hoffman. É um tanto incompreendido este ótimo filme do sempre bom diretor de Boogie Nights (1997) e Sangue Negro (2007), que nas próximas semanas volta aos cinemas com Vício Inerente (2014). Num registro ainda mais distante do naturalismo, na comparação, por exemplo, com o Daniel Day-Lewis de Sangue Negro, Phoenix tem desempenho espetacular como um soldado traumatizado pelas experiências que vivenciou na II Guerra Mundial. Com intensidade, ele incorpora em trejeitos físicos as fissuras psicológicas de um marinheiro que voltou dos campos de batalha estropiado, pronto para sucumbir a apelos como o da seita de um carismático líder religioso (Hoffman, que dividiu com o protagonista o prêmio de melhor ator no Festival de Veneza, de onde O Mestre saiu, ainda, com os troféus da crítica e de melhor direção). Pode ter certeza: qualquer semelhança com a Cientologia não é mera coincidência. Drama, EUA, 2012, 144min. Max, 22h

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Foto: Dovulgação

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JACKIE BROWN

De Quentin Tarantino. Com Pam Grier, Samuel L. Jackson, Robert Forster, Bridget Fonda, Michael Keaton, Chris Tucker e Robert De Niro. O filme que Tarantino rodou referenciando a onda blaxploitation dos anos 1970 talvez tenha rendido seu trabalho mais “esquecível” como diretor – o que está longe, mas muito longe de não ser bom. Para se livrar da cadeia, uma aeromoça flagrada levando dinheiro ilegalmente para os Estados Unidos faz acordo com a polícia e trai um traficante. Basicamente, percorre uma longa jornada de erros. Policial/comédia, EUA, 1997, 154min. Sony, 18h30min

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TABU

De Miguel Gomes. Com Teresa Madruga e Laura Soveral. Filmaço em que um dos melhores diretores portugueses contemporâneos homenageia o cineasta alemão F.W. Murnau, misturando a mitologia de dois de seus grandes longas-metragens: Aurora (1927) e Tabu (1931). Em preto e branco, com a tela quadrada em referência ao cinema dos anos 1920 e 30, Gomes divide a história de uma mulher em duas partes, transformando sua jornada da África colonial à Lisboa atual em um grande comentário sobre colonização e perda da inocência. A segunda parte, com belíssimo texto narrado em off, é uma verdadeira maravilha. Drama, Portugal, 2012, 118min. Telecine Cult, 19h50min

CILDO

De Gustavo Rosa de Moura. Belo documentário brasileiro que percorre as principais criações do artista plástico Cildo Meirelles a partir das palavras dele próprio sobre o seu trabalho. Cildo, além de grande criador, é bom de entrevista. Preste atenção no som do filme, ao mesmo tempo inventivo e fiel à sonoridade marcante da obra do grande artista contemporâneo brasileiro. Documentário, Brasil, 2008, 78min. Arte 1, 0h15min

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PROJETO X

(Project X) – De Nima Nourizadeh. Com Nick Nervies e Brady Hender. Bem-sucedida comédia adolescente sobre como três garotos pouco badalados na escola invertem as expectativas e organizam a festa mais arrasadora de que se tem notícia. Diferentemente de melhores exemplares deste subgênero tão presente em Hollywood, os clichês desse ambiente recheado de preconceitos do Ensino Médio norte-americano não são subvertidos. Ao contrário: a aposta, aqui, é levar os clichês às últimas consequências. E funciona, você vai ver. Comédia, EUA, 2012, 88min. HBO, 1h10min