A Bela e a Fera
(La Belle et la Bête) – De Christophe Gans. Com Vicent Cassel, Léa Seydoux e André Dussollier. O visual desta nova versão do clássico conto de fadas é deslumbrante. Mas, se vem do mesmo país da maravilhosa leitura de Jean Cocteau (de 1946), este A Bela e a Fera lembra mais a adaptação da Disney (1991), por conta de suas frenéticas sequências de ação. Licenças dramáticas à parte: os irmãos da Bela ganham destaque na trama, que está repleta de elipses narrativas e menos apelo à emoção, na comparação com sua versão mais difundida. Fantasia, França/Alemanha, 2014, 112min. Telecine Pipoca, sábado, 13h35min
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O Sexto Sentido
(The Sixth Sense) – De M. Night Shyamalan. Com Bruce Willis, Haley Joel Osment e Toni Collette. Este suspense surpreendente fez a fama de seu diretor de origem indiana em Hollywood. Depois ele caiu em desgraça, assinando longas de fato ruins e outros subestimados por público e/ou crítica. De todo modo, O Sexto Sentido funciona. Se você não viu o filme e nunca deparou com seu afamado spoiler final, trate de aproveitar! Suspense, EUA, 1999, 107min. Telecine Action, sábado, 18h
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Gran Torino
De e com Clint Eastwood. O velho Clint anunciou que este seria seu último projeto como ator, o que não cumpriu, afinal, fez Curvas da Vida (2012), de seu parceiro Robert Lorenz. Gran Torino tinha tudo para ser um gran finale: é “o” filme do sujeito de uma outra época e suas dificuldades para lidar com os novos tempos, estes de multiculturalismo, informalidades e noções diferentes de honra do que aquelas que o personagem, um militar aposentado, conhecera em sua formação. Nos EUA e na Grã-Bretanha, registou o maior sucesso de público entre todas as mais de 30 produções dirigidas por Eastwood. Faz sentido: é um de seus melhores filmes, ainda que não tenha o apelo de As Pontes de Madison (1995), a consagração de Menina de Ouro (2004) e o significado histórico de Os Imperdoáveis (1992). É um dos mais tocantes retratos da velhice e do anacronismo de uma das grandes personas que o cinema foi capaz de produzir. Drama, EUA, 2008, 116min. Max Prime, sábado, 22h
Casseta & Planeta – A Taça do Mundo É Nossa
De Lula Buarque de Hollanda. A adaptação para o cinema do humorístico que fez história no país surfou na onda da Copa do Mundo. O longa levou 690 mil pessoas aos cinemas – não é muito, mas é mais do que o outro título do grupo, Seus Problemas Acabaram!, de 2006. Comédia, Brasil, 2003, 90min. RBS TV, madrugada de sábado para domingo, 3h15min
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Senhores do Crime
(Eastern Promises) – De David Cronenberg. Com Viggo Mortensen, Naomi Watts, Vincent Cassel e Armin Mueller-Stahl. Você certamente já ouviu falar na sequência de luta na sauna, na qual o protagonista, empregado de um chefe da máfia russa em Londres, precisa se defender de um ataque estando nu e hiperexposto. Ela é um exemplo de como Cronenberg, embora mais realista e menos alegórico, mantém coerência com sua reconhecida obra pregressa – o mais fisiológico dos cineastas usa como ninguém o corpo humano como elemento dramático. A história, aqui, é a de um mergulho lento (e dolorido) no contexto de atuação de uma das organizações criminosas mais violentas do mundo. Senhores do Crime sucede o ainda melhor Marcas da Violência (2005), que marcou o início da parceria do diretor canadense com o ator Viggo Mortensen. O horário não é dos melhores, mas ao menos é noite de sábado… Drama, Grã-Bretanha, 2007, 101min. Cinemax, madrugada de sábado para domingo, 4h05min
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Pequena Miss Sunshine
(Little Miss Sunshine) – De Jonathan Dayton e Valerie Faris. Com Abigail Breslin, Greg Kinnear, Toni Collette e Paul Dano. Talvez o retrato do desajuste familiar aqui proposto seja um tanto forçado. Mas, apesar de seus exageros, tem o seu charme este premiado filme independente americano (venceu dois Oscar, de roteiro original e ator coadjuvante, para Alan Arkin) sobre uma família que viaja pelos EUA numa Kombi para levar a caçula a um concurso de beleza. Comédia dramática, EUA, 2006, 101min. Telecine Touch, domingo, 14h15min
Roberto Carlos em Ritmo de Aventura
De Roberto Farias. Com Reginaldo Faria e José Lewgoy. O primeiro e mais bem-sucedido dos filmes que Roberto Farias dedicou ao cantor. A trama da fuga de Roberto Carlos, que é perseguido por uma quadrilha internacional que deseja levá-lo aos EUA, já era nonsense em seu tempo. Hoje parece ainda mais surreal – e engraçada, se você entrar no clima. Aventura/musical, Brasil, 1968, 97min. Canal Brasil, domingo, 19h50min
Operação França
(The French Connection) – De William Friedkim. Com Gene Hackman e Roy Scheider. Vencedor de cinco Oscar, entre eles melhor filme, direção e ator (para Hackman), este ótimo thriller narra a operação policial para desmantelar um esquema internacional de tráfico de drogas. Dois anos depois, seu diretor faria O Exorcista e se tornaria um dos grandes nomes de Hollywood – não se pode dizer, no entanto, que vingou como seus parceiros de geração Coppola e Scorsese. Policial, EUA, 1971, 104min. Telecine Cult, domingo, 19h55min
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Crepúsculo dos Deuses
(Sunset Boulevard) – De Billy Wilder. Com Gloria Swanson e William Holden. Obra-prima da era de ouro de Hollywood – e um dos melhores filmes de todos os tempos, ressalte-se. A história é a da tentativa frustrada de retorno aos holofotes de uma atriz do cinema mudo que caiu em desgraça após o advento dos filmes com diálogos. Lembrou de O Artista (2011)? Crepúsculo dos Deuses ganhou menos Oscar (três no total, de direção de arte, trilha sonora e roteiro original), mas é muito melhor. E, mesmo que Jean Dujardin tenha uma atuação maiúscula no filme recente de Michel Hazanavicius, não dá para compará-lo com a força da Norma Desmond criada por Gloria Swanson, ela mesma uma atriz de destaque nos anos 1910 e 20 que sucumbiu e só foi voltar, depois de duas décadas sumida, neste filmaço inesquecível de Billy Wilder (também o mestre por trás de títulos tão diferentes, mas igualmente ótimos, como o noir Pacto de Sangue e a comédia Quanto Mais Quente Melhor). Drama, EUA, 1950, 110min. Telecine Cult, domingo, 23h55min