Mesmo se Nada Der Certo
(Begin Again) – De John Carney. Com Mark Ruffalo e Keira Knightley. Havia mais frescor em Apenas uma Vez (2006), filme que fez a fama do diretor irlandês, pelo tratamento criativo do gênero musical, pela autenticidade e pela organicidade com que as músicas adentravam na narrativa. Mesmo se Nada Der Certo repete a fórmula, trocando atores desconhecidos por uma dupla de atores “de comédia romântica” e a Dublin carrancuda por uma Nova York ensolarada. Mas vale assistir à trama sobre o encontro de uma cantora íntegra abandonada pelo namorado famoso (Adam Levine, da banda Maroon 5) com um produtor em baixa pronto para dar a volta por cima – gravando com ela, claro. Comédia romântica/musical, EUA, 2013, 104min. Telecine Premium, 13h55min
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Era uma Vez Iracema
De Jorge Bodanzky. Documentário em que Bodanzky discute os bastidores e as próprias opções dele e de seu parceiro Orlando Senna na realização do clássico Iracema – Uma Transa Amazônica (1975), marco do hibridismo entre ficção e não ficção no cinema nacional. Era uma Vez Iracema foi produzido no momento em que o lançamento do título original completava 30 anos. Aliás, se você nunca viu o longa com Edna de Cássia e Paulo Cesar Peréio, não sabe o que está perdendo. Documentário, Brasil, 2005, 45min. Curta!, 16h
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O Inferno de Henri-Georges Clouzot
(L?Enfer d?Henri-Georges Clouzot) – De Serge Bromberg e Ruxandra Medrea. Um dos grandes cineastas franceses pré-Nouvelle Vague, Clouzot foi atacado por Godard, Truffaut e companhia ao lançar A Verdade (1960), com Brigitte Bardot. O sucesso de público contrastava com a reprovação dos jovens críticos que passavam naquele momento à direção, arejando a engessada produção do país. L?Enfer (“o inferno”), thriller sobre o ciúme de um homem (Serge Reggiani) de sua namorada (Romy Schneider), seria sua resposta. Alternando preto e branco para as cenas realistas com imagens cheias de filtros e efeitos de pós-produção para identificar seus delírios, era um filme moderno como Clouzot jamais fizera. Foi rodado em 1964, mas acabou interrompido e nunca foi finalizado. Por quê? Ao abordar o assunto neste bom documentário, os diretores Bromberg e Medrea concluem que o inferno da tela era o mesmo vivenciado pelo próprio cineasta, que morreria em 1977, aos 69 anos. Detalhe: com base no roteiro de Clouzot, em 1994, Claude Chabrol realizaria o seu L?Enfer, batizado no Brasil de Ciúme – O Inferno do Amor Possessivo. Documentário, França, 2009, 102min. Arte 1, 16h
O Homem das Multidões
De Cao Guimarães e Marcelo Gomes. Com Paulo André e Sílvia Lourenço. “Filme-Instagram”, assim definido pelos diretores pelo formato quadrado da tela, este belo longa foi inspirado em Edgar Allan Poe. O título faz referência ao personagem solitário que é condutor do metrô de Belo Horizonte, mas a trama é a do seu encontro com uma mulher mais sociável – mas que prefere ter relações pelo mundo virtual. Drama, Brasil, 2013, 93min. Max Up, 17h25min
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Camille Claudel, 1915
De Bruno Dumont. Com Juliette Binoche. Bom filme, duro, que o diretor do recente O Pequeno Quinquin (e de outros títulos igualmente instigantes, como A Humanidade e O Pecado de Hadewijch, ambos lançados no Brasil) dedicou à escultora francesa. A trama está localizada no período em que Camille Claudel (1864 – 1943) já estava internada em um sanatório, à espera do “resgate” por parte de seu irmão Paul. Drama, França, 2013, 95min. Max, 22h