Para fãs da Apple, é impossível não abrir o sorriso ao ver Steve Jobs com seu vestuário típico, de calça jeans e blusa preta de gola rolê, subindo ao palco para lançar um novo produto. Esse é o ponto de partida de Jobs, um filme independente em que Ashton Kutcher visualmente engana bem ao dar vida nas telonas ao visionário cofundador da Apple, que morreu em 2011.
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O filme – que estreou na última sexta-feira nos Estados Unidos e chega no Brasil no dia 6 – parte do lançamento do iPod em 2001, o produto que abriria a era de “i” sucessos da Apple. A narrativa então volta aos tempos em que um descalço Steve frequentava o Reed College nos anos 70 e segue até a volta de Jobs ao comando da Apple nos anos 90.
Quem conhece bem a trajetória de Jobs não terá dificuldade em preencher as lacunas deixadas pelo filme e conectar cenas que parecem jogadas, como que em uma obrigação de registrar que Jobs era adotado, tomava ácido na faculdade e viajou para a Índia após largar a faculdade. De fato, condensar em duas horas quem era Steve Jobs e a sua importância no setor de tecnologia requer omissões significativas e corre o risco de superficialidade – resultados atingidos pelo filme dirigido por Joshua Stern com roteiro de Matt Whiteley. Há pinceladas da personalidade difícil de Jobs, como a recusa em reconhecer a filha e a brutalidade em que demite um funcionário, mas o filme não vai fundo em sua representação. Aliás, um dos momentos que melhor definem Steve Jobs – a sua volta por cima na Apple – foi contado assim, superficialmente.
Embora a cena inicial e depois a final (sem spoilers desta vez) sejam fortes o bastante para tocar usuários de produtos da Apple, saí do cinema com aquela sensação de algo estava faltando para me convencer de uma história que tanto sei a respeito. Também pouco importa que Steve Wozniak – que fundou a Apple com Jobs – tenha dito ao blog Gizmodo que o filme entretém mas não é bom o bastante para que ele o recomende. Fãs de tecnologia vão correr o risco de se decepcionar no cinema mesmo assim porque, afinal de contas, tudo sobre Jobs envolve interesse.
O outro filme sobre Jobs
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Com a estreia de Jobs, a expectativa agora recai em outro filme em desenvolvimento sobre o visionário cofundador da Apple. A obra – ainda sem título e data de lançamento – será produzida por um grande estúdio (Sony) e terá Steve Wozniak como consultor. O roteiro será de Aaron Sorkin, que ganhou o Oscar de roteiro adaptado por A Rede Social, o filme sobre a criação do Facebook.