Histórias ocorridas no interior de Santa Catarina há cerca de 30 anos serão relembradas em terras europeias. Produzido pelas empresas Filmesquevoam e Orbital, de Florianópolis, e Cineramabc Filmes, de Balneário Camboriú, e filmado nas cidades de Antonio Carlos e Urubici, o longa Oração do Amor Selvagem foi selecionado para o Festival de Locarno, na Suíça, que apresenta produções em fase de finalização para profissionais e especialistas do mercado internacional de cinema.

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A exibição será neste sábado durante a iniciativa Carte Blanche, que todo ano tem foco especial em um país diferente e em 2014 elencou o Brasil como protagonista. Outras seis obras nacionais integram a programação que começou quarta-feira e segue até 16 de agosto.

– Participar deste evento é importante porque vamos saber como dar o próximo passo. Sendo uma projeção específica para entendedores da indústria em um festival de alto nível, saberemos dimensionar o potencial do filme – comenta o roteirista, produtor e diretor Chico Faganello.

Com 95 minutos, Oração do Amor Selvagem é uma obra de ficção baseada em fatos reais. A produção foi viabilizada em 2012 pelo Edital Catarinense de Cinema. Na história, Thiago abandona a fazenda do místico Otaviano para proteger e dar um futuro melhor para a filha. Chegando a um vilarejo, ele se apaixona pela irmã do pastor que conduz a religião no povoado e deve lutar para desafiar as leis divinas impostas no local.

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Faganello conta que a ideia surgiu depois de uma conversa com um aluno, na época em que era professor na Unisul:

– Fizemos pesquisas de notícias em jornais da região sobre violência vinculada à religião que aconteceu e continua acontecendo até hoje. E aí saiu o filme, que está em fase de montagem e deve ser concluído em dezembro.

Simplicidade artística

Criada pelo cantor Zeca Baleiro especialmente para o filme, a trilha sonora divide espaço na telona com nomes como Sandra Corveloni (ganhadora do Palma de Ouro, em Cannes) e as estreantes Camila Hubner e Camilla Araújo – esta última de apenas nove anos.

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– A Camilla tem uma simplicidade só dela, além da capacidade de fazer o filme como se fosse uma aventura, uma brincadeira – conta o diretor.

Sobre as músicas que costuram a obra, ele diz que foram feitas várias pesquisas para saber que tipo de gênero se encaixaria melhor na temática proposta. Prevaleceu o folclore brasileiro:

– O Zeca preparou o coral de igreja de Antonio Carlos, ensaiou hinos com eles e as gravações foram ao vivo. O filme é bem musical.

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