O filme “Diário dentro da noite”, do ator e diretor Chico Diaz, foi convidado para encerrar a primeira edição do Festival Audiovisual Latino-Americano de São Francisco do Sul, o FALA São Chico. O público poderá assistir ao documentário no próximo dia 28, logo após a cerimônia de premiação do evento.
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O documentário tem 67 minutos de duração e foi gravado durante a pandemia, enquanto o ator ensaiava para a peça “A lua vem da Ásia”. Chico Diaz estava confinado e percebeu a necessidade de criar algo novo.
– Não houve nenhuma inspiração, não houve planejamento, nem reflexões temáticas ou estéticas. Foi apenas a necessidade de construção e busca de algum significado para o que se estava vivendo. Um grito! – explica.
“Diário dentro da noite” será exibido gratuitamente para o público, assim como toda a programação do FALA São Chico, que começa no dia 25. O festival vai exibir 31 filmes no Cine Teatro X de Novembro e conta com agenda extensa também com oficinas, palestras e atividades culturais e turísticas.
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Com exclusividade para o AN, o ator e diretor Chico Diaz, que está em turnê pela Europa com a peça “A lua vem da Ásia”, conseguiu conciliar o fuso horário e um espaço na agenda para a entrevista abaixo.
Confira a entrevista completa com Chico Diaz:
A Notícia – Qual foi a principal inspiração para o documentário? E o que o público pode esperar desse trabalho?
Chico Diaz – Não houve nenhuma inspiração, não houve planejamento, nem reflexões temáticas ou estéticas. Foi apenas a necessidade de construção e busca de algum significado para o que se estava vivendo. Um grito! Como diz o Campos de Carvalho: o grito foi dado ao homem para blasfemar contra o seu destino e o grito é uma forma de defesa como outra qualquer! O público não deve esperar nada (risos). É uma tese construída para sobreviver, apenas para tal, sobreviver! O homem confinado no corpo, tempo e espaço deve cantar, contar e acredito que só pela memória, pelos afetos e pelo imaginário se pode respirar. A construção da linguagem denota e representa a existência, esse filme é isso!
AN – Nos conte um pouco sobre a relação do filme com a peça “A lua vem da Ásia”.
Chico Diaz – Eu estava ensaiando a peça em casa para minha turnê europeia quando começou a pandemia e o confinamento. “A lua vem da Ásia” trata disso, de um ser confinado que se acha em um hotel de luxo e está disposto a contar suas memórias, a deixar um legado escrito sobre a experiência de ali estar. Então me pareceu oportuno poder me misturar com o personagem e avaliar o que sairia dali, usando a mesma estrutura capitular do livro.
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AN – Você vê o filme como um documentário? O que podemos refletir da linguagem narrativa?
Chico Diaz – Eu via como um documentário posto que estava só filmando o que me acontecia, fatos e tempos reais, depois é que me apontaram que havia toda uma encenação em torno. Uma busca da cena, uma posição de câmera escolhida o que tornava a narrativa uma ficção e depois me falaram em ensaio. Bom, posso dizer que é mesmo um grito e uma necessidade minha. A linguagem narrativa é na primeira pessoa, como um diário a ser escrito.
AN – Qual o impacto da pandemia para seu processo criativo e carreira? Qual foi o balanço para você? O que tirou de aprendizado?
Chico Diaz – A pandemia foi crucial para o mundo inteiro, né? Houve um filtro real do que é fundamental para o ser humano. Houve, sem dúvida, um encontro com a possibilidade da morte, houve uma expansão da solidão e dos questionamentos referentes ao nosso significado como espécie. Isso sim, para quem vive de arte ou de sua sensibilidade e precisa expressar, tornou mais urgente e mais a flor da pele o grito do qual já falamos.
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AN – E qual a expectativa em ter o filme no encerramento do Festival Audiovisual Latino-Americano de São Francisco do Sul, o FALA São Chico?
Chico Diaz – Para mim é uma honra encerrar no dia 28 o Festival Audiovisual Latino-Americano – FALA São Chico que está na primeira edição, apesar de que realmente acho um filme de alcance limitado pois é umbilical, é cabeça, é pretensioso no sentido de tentar representar através de experiência pessoal um sentimento coletivo. Aproveito e convido a todos para irem ao Cine Teatro X de Novembro.
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