O filme “Casa de Antiguidades”, do diretor João Paulo Miranda, é o representante brasileiro no Festival de Cinema de Cannes 2020. Nesta quarta-feira, 3, os títulos de filmes selecionados para concorrer a prêmios na edição deste ano, que ocorreria em maio, mas foi cancelada, devido à pandemia do novo coronavírus foram divulgados. Sem a cerimônia de premiação, os 56 longas recebem o “selo de aprovação” oficial do Festival e alguns serão exibidos em outros eventos.
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O filme de João Paulo Miranda que teve cenas gravadas na cidade de Treze Tílias, no meio-oeste catarinense, retrata a vida de um operário negro, vivido pelo ator Antônio Pitanga, em uma cidade fictícia de colonização austríaca no sul do Brasil. Além de retratar temas como o racismo, parte da polarização política de 2018 é abordada pela trama.
— O filme tem que trazer coisas que provocam, não é entretenimento — afirmou Miranda à Folha de S.Paulo, no ano passado.
O longa foi criado durante uma das oficinas promovidas pelo festival e tem previsão de lançamento para este ano.
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Essa não é a primeira vez que o diretor brasileiro é premiado em Cannes. O curta “A Moça que Dançou com o Diabo”, lançado em 2016, rendeu a ele o prêmio especial do júri na mostra francesa e retrata uma adolescente evangélica que se transfigura em uma língua de fogo quando enfim cede à libido.
Thierry Fremaux, diretor artístico do Festival, afirmou à revista Variety que a seleção de 2020 se destaca, principalmente, pela presença maior de diretores estreantes e o aumento no número de filmes dirigidos por mulheres.
* Com informações FolhaPress.