Jornalista que se destacou por suas reportagens investigativas, Tim Lopes será tema de um documentário. O repórter foi assassinado há 10 anos enquanto investigava uma denúncia sobre bailes funk patrocinados por traficantes, que seriam ponto de consumo de drogas e exploração sexual no subúrbio carioca.

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Lopes tem sua história de vida recontada pelos olhos do filho Bruno, 30 anos, a partir de uma carta escrita em 1999, em que alertava quanto aos perigos da vida adulta.

Esta semana, a equipe está Rio Grande do Sul, onde Lopes nasceu, para mostrar os primeiros passos do jornalista.

A chegada ao Estado foi por Uruguaiana, na Fronteira Oeste. O diretor Guilherme Azevedo, a equipe de produção, Bruno e o irmão de Tim, Miro, passaram quatro dias mostrando o lugar onde a família passava as férias. Agora, a turma está na região Sul. Cidade de nascimento de Lopes, Pelotas é a locação para mostrar a infância e as primeiras amizades nos cinco anos vividos lá. Por ser filho de militar, o futuro repórter percorreu o Brasil em razão da carreira do pai.

– É uma emoção diferente estar aqui. Meu tio Miro caminhou pela cidade para buscar as recordações de mais de 50 anos. Estou encantado. Temos forte ligação com Rio Grande do Sul, meu avô era de Santiago e minha avó, de Itaqui – lembrou Bruno.

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Batizado de Histórias de Arcanjo _ Um Documentário sobre Tim Lopes, o longa-metragem é o primeiro da Arexi Filmes. Mais do que mostrar a carreira do repórter, o objetivo do filme é retratar o outro lado do personagem. Assim, Bruno descobre o pai fundador de bloco de Carnaval, maratonista e um grande contador de histórias.

– Aos poucos, descobrimos vários lados de Tim, que foram mudando nosso jeito de fazer o filme. Ele tinha uma vida muito rica, é um exemplo não só para jornalistas, mas para todos. É o único jeito que tenho para homenagear meu amigo – comenta Azevedo.

A ideia do filme surgiu em 2004, a partir de um encontro do diretor com Bruno nos corredores da Rede Globo. Após trocarem histórias sobre o repórter, decidiram contar sua vida em um documentário. A ideia é lançar o longa nos primeiros meses de 2013.

– Meu pai se tornou um símbolo por ter sido morto enquanto investigava. Queremos, agora, mostrar sua vida – resume Bruno.

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