Um filhote de tartaruga marinha de uma espécie considerada criticamente sob perigo de extinção, a tartaruga-de-couro, foi encontrado morto em uma praia de Balneário Barra do Sul, no Litoral Norte de Santa Catarina. O resgate do animal foi considerado raro, por indicar que ele veio de uma ninhada nas proximidades, o que não costuma ocorrer com essa espécie nas praias do Estado.
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— Ficamos extremamente surpresos com este registro, pois as áreas de nidificação da tartaruga-de-couro no litoral brasileiro ocorrem regularmente no norte do estado do Espírito Santo e, mais recentemente, em praias na região do Delta do Parnaíba, no Piauí — destacou nota do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS)/Univille, que achou o filhote e divulgou o caso nesta sexta-feira (14).
Segundo a médica veterinária Giulia Gaglianone Lemos, responsável técnica do PMP-BS/Univille, o animal apresentava características típicas de tartarugas recém-nascidas, como grande quantidade de vitelo. Uma força-tarefa foi montada para tentar identificar o ninho de onde a tartaruga teria vindo. No entanto, o local não foi encontrado, conforme o projeto, que atua nas praias do Litoral Norte catarinense.
A necropsia realizada constatou que o filhote morreu por causa de uma lesão hemorrágica no fígado, provavelmente relacionada a algum trauma, como uma tentativa de predação. O animal ficará agora na coleção biológica do acervo da Universidade da Região de Joinville (Univille).
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De nome científico Dermochelys coriacea, a tartaruga-de-couro é considerada criticamente em perigo de extinção, segundo a portaria nº 148 do Ministério do Meio Ambiente. A espécie vive nas profundezas do oceano e só vai à costa para a desova. Por isso, ela raramente é vista nas praias catarinenses, já que, em Santa Catarina, habita o mar longe das faixas de areia.
Segundo o Projeto Tamar, a tartaruga-de-couro pode chegar a pesar 500 quilos na fase adulta. O animal se alimenta de zooplâncton gelatinoso, como águas-vivas e outros invertebrados marinhos.
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