É um pequeno bebê com seus dois metros de altura e um andar ainda tímido, lento e cheio de fofura. Observado de perto pelos pais, as girafas Savanah e Jahari, acompanha a chegada do veterinário José Daniel Fedullo com pouco interesse.
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– Não costuma ser assim. Ele vê a mamadeira e fica louco – comenta, do lado de fora do recinto, a bióloga Kátia Cassaro.
Ainda sem nome, o filhote de girafa que nasceu há dois meses no Parque Beto Carrero World, em Penha, virou o novo xodó dos funcionários. Logo nos primeiros dias de vida, no entanto, um susto: a mãe teve um parto mais complicado que os anteriores (é seu terceiro filho) e tinha pouco leite a oferecer ao bebê.
Sem alternativa, a equipe se desdobrou para descobrir como seria possível garantir a sobrevivência do pequeno. A solução veio de zoológicos do exterior: alimentá-lo com mamadeira e uma mistura de leite de vaca com suplementos de vitaminas e sais minerais usados na criação de bezerros.
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– Pesquisamos várias fórmulas até chegar nesta que consideramos a ideal. Isso nunca tinha acontecido no Brasil, são poucos grupos de girafas que vivem aqui. Fomos buscando exemplos fora e adequamos ao que achamos que poderia funcionar. E deu certo – comenta Daniel.
O ritual se repete quatro vezes ao dia: às 8h, às 11h, às 13h e às 18h. A mamadeira gigante serve entre dois e dois litros e meio de leite por vez, que o pequeno mama sem cerimônia em poucos segundos.
Como uma criança, o filhote de girafa deve começar, em algumas semanas, a comer alimentos sólidos. Como hoje ele consome 10 litros de leite por dia, o volume das mamadeiras vai diminuir para que tenha uma dieta mais diversificada: além do leite, que deve receber até os seis meses, serão servidos feno, alfafa, frutas e ração.
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Uma família numerosa
Com o bebê, cinco girafas moram hoje no zoológico do parque. Tudo começou há 12 anos com a chegada do pai, Jahari, um exemplar com 5,5 metros de altura que impressiona pela desenvoltura e elegância. A mãe, Savanah, veio importada da África do Sul para ser a companhia ele. Da união dos dois nasceram Gigrande em 2012 e Maria Eugênia, um ano e meio mais tarde, e agora o pequeno bebê.
– A gente temia que a mãe rejeitasse o bebê por não ter leite, mas isso não aconteceu em momento algum – explica a bióloga Kátia Cassaro.
Em zoos, as girafas vivem em média 25 anos – na selva, a expectativa de vida cai pela metade. A gestação dura 15 meses e a fêmea costuma engravidar logo depois de ter o filhote.
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– É um dos maiores grupos de girafas do Brasil, são pouquíssimos zoos que têm esses animais aqui no país e em um número tão grande – comenta Kátia.